UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
gente não tem esse acesso. Achei que é um bom caminho, isso é muito<br />
ótimo, precisa acontecer mais vezes e não só aqui, nas comunidades<br />
também, para poder mostrar a gente, porque a gente não tem acesso.<br />
(Entrevistado Nº22)<br />
Carvalho (2007), observa que esse link com o desenvolvimento é muito atual<br />
hoje. Na verdade, afirma, o objetivo do desenvolvimento público é a Saúde. Ressalta<br />
que a saúde, e portanto a vida, é você não ter privações de qualquer natureza,<br />
poder não ter privações. Realça que saúde é uma outra finalidade do<br />
desenvolvimento, com a idéia da liberdade de privações, que no seu entender<br />
deveria ser defendida radicalmente.<br />
O autor salienta que a discussão da idéia do financiamento da saúde na<br />
sociedade, se passa em termos de que, se vai gastar muito ou se vai gastar pouco;<br />
se está gastando bem ou se está gastando mal. Mostra que é como se fosse uma<br />
questão em que os donos dos cofres públicos ficassem com pena de alocar dinheiro<br />
nos hospitais, porque é um mundo de dinheiro, custa caro, e ficam sempre tentando<br />
conter. Observa que na verdade sempre fica oculta a idéia da saúde como uma<br />
produção de capacidade numa sociedade, a idéia de um modelo de política pública<br />
baseado num financiamento solidário, a idéia de seguridade social que permite que<br />
as desigualdades não sejam tão grandes. Um modelo de atenção orientado à<br />
autonomia. Carvalho (op. cit. ) atenta para o fato que o objetivo do serviço de saúde<br />
não é só evitar a morte, não é só cortar a dor, não é só fazer e seguir prescrições<br />
com relação à doenças ou riscos. Afirma ser em última instância, restaurar ou<br />
produzir no indivíduo sua autonomia, sua capacidade para a vida. E que isso<br />
envolve portanto, saberes e abordagens que são muito mais diversificadas e<br />
complexas do que àquela colocada pelo modelo biomédico puro.<br />
O autor considera que o cuidado integral, humanizar e mobilizar saberes<br />
plurais são medidas aplicáveis em diversos níveis da vida social; e que estas<br />
medidas podem, num esforço de produzir saúde, produzir vida, articular iniciativas<br />
de outros setores que não a saúde, orientadas à transformação de políticas públicas<br />
saudáveis. Menciona que a idéia de municípios saudáveis, comunidades saudáveis<br />
e a gestão integrada, participativa, de iniciativas governamentais e da sociedade que<br />
se desenvolvem extramuros do serviço de saúde geram isso. O autor dá como<br />
exemplo a experiência de desenvolvimento local integrado e sustentado em<br />
Manguinhos. Diz ser um esforço de gestão que articula geração de renda, geração<br />
71