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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz

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Jaeger (1995, p. 1007) observa que nesta maneira de conceber o problema<br />

das doenças existe um sentido de integração, de totalidade, visto que as doenças<br />

não são consideradas isoladamente. Enfatiza que é no homem, vítima da<br />

enfermidade, com toda a natureza que o rodeia, com todas as leis universais que a<br />

regem e com a qualidade individual dele, que quem compôs o texto acima se fixou<br />

com segura visão. É com esta mesma visão que Moraes (2007, p. 6) discorre sobre<br />

o cosmo indígena, nos mostrando que os índios do Xingu constroem suas aldeias<br />

conforme uma planta circular, estando a casa dos homens no centro do círculo. Diz<br />

que toda a aldeia é orientada conforme as direções do poente e do nascente, norte e<br />

sul, e que planetas, estrelas e constelações recebem nomes mitológicos. São seres<br />

míticos em contato diário com a aldeia. Mostra que assim toda a aldeia embaixo é<br />

uma imagem especular do cosmo acima, e que as constelações demarcam época<br />

de chuva e seca, época de plantio e colheita, época de festas, etc. Ensina que as<br />

estrelas alfa e beta do centauro são os dois olhos brilhantes do Grande Jaguar, pai<br />

do sol e da lua, a nos fitar do céu. É o Mavutsini–Monan, o criador, a força mais<br />

poderosa a qual um pajé recorre para exercer sua arte de curar as pessoas. Revela<br />

que na imaginação indígena há um contraste entre um cosmo ordenado pelos<br />

deuses e as forças do caos que tentam devorar tudo. Sublinha que as alterações do<br />

céu correspondem a alterações na terra, e que na doença, o indivíduo é possuído<br />

pelas forças cósmicas que têm parentesco com as forças do caos, forças canibais,<br />

que rompem a ordem cósmica interna, a qual devera ser restabelecida pelo pajé.<br />

Sabedoria e ensinamentos antigos que nos transportam e conectam–nos às lições<br />

de textos contemporâneos, como o do Pólo de Educação Permanente da Faculdade<br />

de Medicina de Juazeiro do Norte (Andrade, Barreto, Fonseca 2005, p. 23), onde se<br />

lê a definição e descrição do território de abrangência:<br />

A equipe de saúde da família, idealmente de forma democrática e em<br />

conjunto com a comunidade e técnicos da secretaria municipal de saúde ,<br />

define um território urbano, rural ou urbano e rural, com limites geográficos<br />

bem estabelecidos e população definida, pelo qual tem co-responsabilidade<br />

sanitária. É importante considerar nessa definição aspectos como<br />

localidades de maior densidade populacional, existência de micro áreas de<br />

risco, meios de transporte e estradas que facilitem o acesso da população e<br />

presença de barreiras físicas, como rios, lagos, serras, entre outros, que<br />

possam dificultá–lo. Para reconhecimento do território, é necessário<br />

percebê–lo, se possível caminhando. Posteriormente, a equipe elabora um<br />

mapa para descrição do território, destacando seus limites e os recursos<br />

existentes, como praças, igrejas, escolas, associações comunitárias,<br />

unidades de saúde etc..<br />

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