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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - Fiocruz

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Hipócrates e Hahnemann ou sob à ótica fragmentada e mecanicista de Claudio<br />

Galeno? Vimos que até fins do século IV a.C. a medicina e a arte ainda<br />

encontravam–se ligadas pelos princípios de uma vida em que o cultivo da saúde<br />

estava intimamente relacionado ao sentido de uma evolução espiritual. É sob esta<br />

perspectiva que propomos em nossa pesquisa um retorno a esta integração entre a<br />

medicina e a arte através das atividades do Grupo Teatro Dentro da Vida,<br />

direcionadas para a Promoção da Saúde, na ESF de Manguinhos.<br />

Concluindo esta parte de nosso estudo podemos refletir sobre os enlaces<br />

entre saberes da antiguidade e contemporâneos. Enlaces e entrelaçamento que<br />

ampliam nossa concepção de Promoção da Saúde. Na conferência apresentada ao<br />

1º Seminário Brasileiro de Efetividade da Promoção da Saúde, recordamos que<br />

Buss (2005) sinalizava que os esforços organizados para manter a saúde e prevenir<br />

doenças de indivíduos e populações que já existem há séculos, com registros que<br />

remontam ao Egito antigo. Esses congraçamentos e influências recíprocas de<br />

saberes e culturas milenares e contemporâneas, são ao nosso olhar, característicos<br />

da evolução do saber quântico do universo.<br />

De acordo com Jaeger (1995, p. 110), os numerosos pontos de contacto com<br />

os livros de sonhos hindus e babilônicos na obra: Da Dieta, atribuída a Hipócrates, é<br />

que levaram investigadores à conclusão da existência de uma influência direta do<br />

Oriente na ciência médica dos Gregos no séc. IV a.C.<br />

Jacques (2001) no seu estudo sobre a Medicina Tradicional Chinesa (MTC),<br />

atesta que em paralelo ao desenvolvimento da Escola de Hipócrates na Grécia do<br />

séc. IV a.C., na China vai se consolidando uma escola filosófica que considerava<br />

todos os fenômenos naturais interconectados e em constante transformação<br />

segundo uma dinâmica orientada por padrões cíclicos, subjacentes à sua aparente<br />

estabilidade e continuidade. Para a autora, tal dinâmica era representada por um<br />

modelo, no qual duas categorias opostas, porém complementares, designadas pelos<br />

símbolos yin/ yang, se diluíam uma na outra e emergiam uma da outra<br />

incessantemente, constituindo ao mesmo tempo os princípios de ordenação e<br />

transformação de todas as relações.<br />

A autora ( op. cit. ) ensina que na medicina tradicional chinesa, tal como é<br />

compreendida hoje, o conceito de saúde está vinculado ao conceito de equilíbrio<br />

energético, que é o mesmo princípio vital encontrado em Hipócrates e que vimos<br />

também em Hahnemann: a energia organiza a matéria e a ênfase é colocada no<br />

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