À SAÚDE - Prefeitura de Vitória
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2.16.3 APRESENTAÇÃO CLÍNICA<br />
acometer quadril, joelho e raramente peque-<br />
QUADRO 1 – Diagnóstico <strong>de</strong> tuberculose pulmonar em crianças e adolescentes sem confir-<br />
162 nas articulações. A dor é o sintoma mais fremação<br />
bacteriológica.<br />
163<br />
Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>tectar casos sintomáticos através<br />
<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> pontuação organizado pelo Ministério<br />
da Saú<strong>de</strong> (Quadro 1), o que representa<br />
50% dos diagnósticos <strong>de</strong> tuberculose na infância.<br />
Como sintomas temos febre, habitualmente<br />
mo<strong>de</strong>rada, persistente por mais <strong>de</strong> 15 dias, tosse<br />
seca ou produtiva, inapetência com perda ou estacionamento<br />
do peso.<br />
Artralgia, eritema nodoso e conjuntivite flictenular<br />
são sintomas pouco freqüentes que se relacionam<br />
com hipersensibilida<strong>de</strong>.<br />
<strong>de</strong>ve ser sempre lembrada nos casos <strong>de</strong> pneumonia<br />
<strong>de</strong> evolução lenta sem melhora com antimicrobianos<br />
para germes comuns. As crianças geralmente<br />
adoecem <strong>de</strong> formas primárias da doença,<br />
com apresentação clínica e radiográfica diferentes<br />
da TB <strong>de</strong> re-infecção.<br />
Muitas vezes, a tuberculose na criança é <strong>de</strong>tectada<br />
através dos exames dos contatos (Quadro<br />
2).<br />
2.16.4 TUBERCULOSE<br />
EXTRAPULMONAR<br />
Os casos <strong>de</strong> tuberculose extrapulmonar po<strong>de</strong>m<br />
cursar com poucos sintomas gerais e variar<br />
<strong>de</strong> acordo com a localização. As apresentações<br />
mais comuns são:<br />
1. TB ganglionar – Linfa<strong>de</strong>nomegalia mais freqüentemente<br />
cervical, geralmente unilateral<br />
<strong>de</strong> evolução lenta, endurecida com tendência<br />
à fistulização.<br />
2. TB Pleural – Síndrome <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrame Pleural.<br />
3. Meningoencefalite tuberculosa – Febre, irritabilida<strong>de</strong>,<br />
paralisia <strong>de</strong> pares cranianos, sinais<br />
<strong>de</strong> hipertensão intracraniana, convulsões, entre<br />
outros. às vezes com sintomas <strong>de</strong> instalação<br />
insidiosa, sub-aguda.<br />
4. osteoarticular – A localização mais comum<br />
é na coluna vertebral (Mal <strong>de</strong> Pott), po<strong>de</strong>ndo<br />
qüente, às vezes acompanhada <strong>de</strong> posição antálgica,<br />
às vezes paraplegias, gibosida<strong>de</strong> e fistulização.<br />
2.16.5 DIAGNÓSTICO<br />
Por se tratar <strong>de</strong> forma paucibacilar o diagnóstico<br />
é fundamentado basicamente no quadro clínico<br />
radiológico, na história epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong> contato<br />
com adultos bacilíferos e PPd (Quadro 1).<br />
n radiografia <strong>de</strong> tórax – na tuberculose pulmonar<br />
as imagens mais sugestivas são: a<strong>de</strong>nomegalias<br />
hilares, mediastinais, e/ou paratraqueais,<br />
pneumonias com qualquer aspecto<br />
radiológico <strong>de</strong> evolução lenta, padrão miliar<br />
e síndrome do lobo médio. Em adolescentes<br />
os aspectos são semelhantes aos <strong>de</strong> adultos:<br />
opacida<strong>de</strong>s pulmonares nos terços superiores,<br />
cavitações e disseminação brônquica.<br />
n Teste tuberculínico - PPD – <strong>de</strong>verá ser interpretado<br />
como sugestivo <strong>de</strong> infecção pelo M.<br />
tuberculosis .Quando superior a 10 mm em<br />
crianças não vacinadas com BCG ou vacinadas<br />
a mais <strong>de</strong> dois anos ou quando o resultado<br />
for superior a 15 mm em vacinados a menos<br />
<strong>de</strong> dois anos<br />
Baciloscopia e cultura <strong>de</strong> escarro nas crianças<br />
maiores <strong>de</strong> 5 -6 anos que consigam expectorar, além<br />
disso, po<strong>de</strong>mos fazer uso <strong>de</strong> lavado gástrico, que<br />
hoje po<strong>de</strong> ser realizado ambulatorialmente com o<br />
mesmo rendimento dos realizados com a criança<br />
internada, broncoscopia com Lavadobroncoalveolar<br />
(LBA) indicada nos casos on<strong>de</strong> o diagnóstico<br />
diferencial é imperativo e nos casos <strong>de</strong> atelectasia,<br />
punções (aspirativas, LCr), ressonância Magnética<br />
nuclear (rMn), tomografia <strong>de</strong> tórax.<br />
obs.: Culturas para Bk <strong>de</strong> todos os espécimes e TSA<br />
(quando necessário) são realizadas pelo Núcleo<br />
<strong>de</strong> Doenças Infecciosas (NDI / ufES) e pelo Laboratório<br />
Central (LACEN).<br />
Quadro Clínico – radiológico<br />
Febre ou sintomas<br />
como: tosse, adinamia,<br />
expectoração, emagrecimento,<br />
sudorese >2<br />
semanas<br />
(Adicionar 15 pts)<br />
Assintomático ou com<br />
sintomas < 2 semanas<br />
( 0 pts)<br />
Infecção respiratória<br />
com melhora após<br />
uso <strong>de</strong> antibiótico<br />
para germes comuns<br />
ou sem antibióticos<br />
(Subtrair 10 pts)<br />
A<strong>de</strong>nomegalia ou padrão<br />
miliar:<br />
* Con<strong>de</strong>nsação ou infiltrado<br />
(com ou sem escavação) inalterado<br />
> 2 semanas<br />
* Con<strong>de</strong>nsação ou infiltrado<br />
(com ou sem escavação)<br />
inalterado >2 semanas evoluindo<br />
com piora ou sem melhora<br />
com antiobióticos para<br />
germes comuns<br />
(Adicionar 15 pts)<br />
Con<strong>de</strong>nsação ou infiltrado <strong>de</strong><br />
qualquer tipo < 2 semanas<br />
(Adicionar 5 pts)<br />
Radiografia normal<br />
(Subtrair 5 pts)<br />
Contato<br />
com adulto<br />
tuberculoso<br />
Próximo, nos<br />
últimos 2 anos<br />
(Adicionar 10 pts)<br />
Ocasional ou<br />
negativo ( 0 pts)<br />
Teste tuberculínico<br />
e vacinação BCG<br />
Vacinação há mais <strong>de</strong><br />
2 anos:<br />
* < 5 mm ( 0 pt)<br />
* 5 mm a 9 mm<br />
(adicionar 5 pts)<br />
* 10 mm a 14mm<br />
(adicionar 10 pts)<br />
* 15mm ou mais<br />
(adicionar 15 pts)<br />
Vacinados há menos<br />
<strong>de</strong> 2 anos<br />
* < <strong>de</strong> 10 mm (0 pt)<br />
* 10 mm a 14mm<br />
(Adicionar 5 pts)<br />
* 15 mm ou mais<br />
(Adicionar 15 pts)<br />
Não vacinados<br />
* < <strong>de</strong> 5 mm ( 0 pts)<br />
* 5 a 9 mm (Adicionar<br />
5 pts)<br />
* 10 mm ou mais (Adicionar<br />
15 pts)<br />
Estado Nutricional<br />
Desnutrição grave ou<br />
peso abaixo do percentil<br />
10 SISVAN**<br />
(Adicionar 5 pts)<br />
Peso igual ou acima do<br />
percentil 10 ( 0 pts)<br />
Peso igual ou acima do<br />
percentil 10 ( 0 pts)<br />
Legenda: pts= pontos ; esta interpretação não se aplica a revacinados em BCG ; **SISVAN – Sistema <strong>de</strong> Vigilância Alimentar<br />
e Nutricional ( MS/1997)<br />
Interpretação: * Maior ou igual a 40 pontos: diagnóstico muito provável<br />
*30 a 35 pontos : diagnóstico possível<br />
*Igual ou inferior a 25 pontos : diagnóstico pouco provável<br />
2.16.6 PREVENÇÃO<br />
Vacinação BCG (Bacilo <strong>de</strong> Calmette-Guérin), o<br />
mais precoce possível, i<strong>de</strong>almente antes da alta da<br />
maternida<strong>de</strong>, com boa eficácia na proteção dos casos<br />
<strong>de</strong> TB miliar e no Sistema nervoso Central.<br />
O Ministério da Saú<strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>u recentemente<br />
a aplicação da segunda dose da BCG aos 6 anos<br />
em todo o país, ficando a revacinação apenas para<br />
lactentes que não apresentam cicatriz BCG após<br />
6 meses da vacinação.<br />
QUiMioProFilaXia (QP)<br />
Isoniazida 10 mg/Kg/dia (dose máxima 300<br />
mg/dia). Indicada nas seguintes situações:<br />
n Quimioprofilaxia primária<br />
Os recém-nascidos contatos <strong>de</strong> bacilíferos não<br />
<strong>de</strong>vem ser vacinados com BCG e Isoniazida 10mg/<br />
Kg <strong>de</strong>ve ser iniciada. no terceiro mês <strong>de</strong> vida, realiza-se<br />
PPd se ≥ 5 mm mantêm-se até 6º mês. Se<br />
PPd não reator, ou seja < 5 mm, suspen<strong>de</strong>r QP e<br />
vacinar com BCG. As mães <strong>de</strong>vem ser orientadas a<br />
usar máscara durante amamentação. não há contra-indicação<br />
para o aleitamento por mães que estejam<br />
em tratamento <strong>de</strong> TB com esquema I.<br />
n Quimioprofilaxia secundária (Quadro 2)<br />
nos contatos <strong>de</strong> tuberculose com menos <strong>de</strong><br />
15 anos assintomáticos on<strong>de</strong> a doença tenha sido<br />
<strong>de</strong>scartada, consi<strong>de</strong>rando a reação ao PPd:<br />
• PPd ≥ 10 mm nos não vacinados com BCG