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À SAÚDE - Prefeitura de Vitória

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social só aparece quando a agressivida<strong>de</strong> é bem<br />

74 elaborada, não quando ela é reprimida ou super para possibilitar seu próprio <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

sa responsabilida<strong>de</strong> .<br />

ro, conheça algumas das crianças que freqüen- 75<br />

controlada.<br />

Contudo, para não estimular e para evitar a<br />

naturalização da violência, armas <strong>de</strong> brinquedo<br />

não são indicadas para as crianças. Estas conseguirão,<br />

por si mesmas, improvisar algo como arma<br />

se for o caso <strong>de</strong> usar a brinca<strong>de</strong>ira para elaborar<br />

a agressivida<strong>de</strong>.<br />

Algumas crianças se apegam a brinquedos, principalmente<br />

na hora <strong>de</strong> dormir (ursinhos, bonecas,<br />

fraldas ou cobertores, por exemplo). O profissional<br />

<strong>de</strong>verá orientar os familiares que o momento <strong>de</strong><br />

dormir é um momento <strong>de</strong> separação com os adultos<br />

afetivos e que o brinquedo, nessa situação, tem<br />

uma função protetora, <strong>de</strong> maneira mágica.<br />

à medida que a criança cresce é <strong>de</strong> se esperar<br />

que cada vez menos ela precise <strong>de</strong>ssa função<br />

protetora e mágica do brinquedo. nas primeiras<br />

ida<strong>de</strong>s da fase pré-escolar não existe distinção <strong>de</strong><br />

brinca<strong>de</strong>iras por sexo, exceto se houver uma intensa<br />

pressão familiar na escolha dos jogos e brinquedos<br />

da criança.<br />

Acima dos cinco anos, começa a haver nítida<br />

divisão das ativida<strong>de</strong>s conforme o sexo da criança,<br />

exceto em jogos com o grupo, especialmente<br />

os motores.<br />

Isso acontece porque a criança , nesta ida<strong>de</strong>,<br />

estará buscando a i<strong>de</strong>ntificação social e tomará os<br />

adultos <strong>de</strong> seu meio como ‘mo<strong>de</strong>los’.<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> sexual, no entanto, estará se formando<br />

principalmente por <strong>de</strong>senvolvimento emocional<br />

em plano inconsciente.<br />

1.11.2.2 A COMPANHIA<br />

DE OUTRAS CRIANÇAS<br />

As crianças, no início da ida<strong>de</strong> pré-escolar, apenas<br />

brincam ao lado <strong>de</strong> outras crianças (jogo paralelo),<br />

sem que haja interações sociais.<br />

Após os três anos, as crianças passam, paulatinamente,<br />

a compreen<strong>de</strong>r e anunciar as regras que<br />

regem seu jogo, embora ainda as mu<strong>de</strong>m aleatoriamente<br />

nesta ida<strong>de</strong>.<br />

A criança necessita da companhia <strong>de</strong> outras<br />

crianças para iniciar e aperfeiçoar gradativamente<br />

o jogo social.<br />

É <strong>de</strong> se esperar que seus primeiros relacionamentos<br />

aos três anos sejam, por vezes, agressivos<br />

ou medrosos, <strong>de</strong>vido a essa inexperiência social.<br />

A convivência com outras crianças será, então,<br />

necessária para a socialização da criança e mesmo<br />

1.11.2.3 NASCIMENTO DO<br />

IRMÃO MAIS NOVO<br />

É durante a ida<strong>de</strong> pré-escolar que a criança<br />

tem a maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que nasça um<br />

novo irmão. Essa adaptação à chegada e a convivência<br />

com outro irmão po<strong>de</strong> constituir um período<br />

<strong>de</strong> crise.<br />

A criança po<strong>de</strong>rá fantasiar situação <strong>de</strong> abandono<br />

e <strong>de</strong> diminuição <strong>de</strong> afeto recebido, po<strong>de</strong>ndo<br />

gerar o aparecimento <strong>de</strong> sentimentos agressivos<br />

contra o bebê e a culpa por ter esses sentimentos,<br />

além da sensação <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong> em relação ao<br />

irmãozinho, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> chamar a atenção<br />

e outras manifestações <strong>de</strong> ciúme.<br />

<strong>de</strong>ve-se orientar os pais a conversar com a criança,<br />

preparando para o nascimento do bebê, fazendo-o<br />

não tão no início da gravi<strong>de</strong>z, que a criança<br />

não compreenda a <strong>de</strong>mora e fique ansiosa, mas<br />

nem tão próximo ao parto, que falte tempo para<br />

que pense no assunto, faça perguntas e assimile<br />

as informações. Esta conduta po<strong>de</strong> ser adotada<br />

com crianças a partir <strong>de</strong> 15 ou 18 meses, mesmo<br />

que não tenham gran<strong>de</strong> vocabulário.<br />

Para crianças <strong>de</strong> três, quatro ou cinco anos<br />

é preciso dizer que o irmãozinho será muito pequeno<br />

e <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s motoras e sociais.<br />

não se <strong>de</strong>ve dizer que será um companheiro<br />

<strong>de</strong> brinquedos, pois a criança se <strong>de</strong>cepcionará<br />

ao constatar essa inabilida<strong>de</strong>.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> evitar o sentimento <strong>de</strong> ser<br />

literalmente <strong>de</strong>slocado pelo novo irmão, a eventual<br />

mudança <strong>de</strong> quarto, a passagem <strong>de</strong> berço<br />

para cama maior, ou mais ainda, a entrada na escola<br />

<strong>de</strong>verão ser bastante anteriores ao nascimento<br />

do novo bebê.<br />

Mesmo que o recém-nascido exija muito tempo<br />

da mãe, ela po<strong>de</strong>rá encontrar momentos especiais<br />

para compartilhar com o filho maior (ou os filhos<br />

maiores), sem a presença do bebê.<br />

Se a mãe está sobrecarregada com as tarefas<br />

domésticas, talvez possa executar cada uma <strong>de</strong>las<br />

em companhia <strong>de</strong> um dos filhos, aproveitando o<br />

momento para conversar com mais intimida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>monstrando o seu afeto.<br />

O hábito <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o bebê a cargo <strong>de</strong> um dos<br />

irmãos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>saconselhado por se constituir<br />

numa responsabilida<strong>de</strong> excessiva para o menor. A<br />

criança e o adolescente <strong>de</strong>vem ser poupados <strong>de</strong>s-<br />

Quando a criança maior, especialmente a <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> pré-escolar, faz críticas ao bebê - “como ele é<br />

feio”, “ele é muito bobinho”, “eu não gosto <strong>de</strong>sse<br />

bebê” - os familiares <strong>de</strong>vem aceitar esses comentários<br />

com naturalida<strong>de</strong> e aproveitar o momento<br />

para dizer à criança que ela é sabida, bonita.<br />

Essa atitu<strong>de</strong> diminui a insegurança do mais velho<br />

e não estimula a sua rivalida<strong>de</strong> com o menor.<br />

Entretanto, a agressivida<strong>de</strong> em atos contra o bebê,<br />

<strong>de</strong>verá sempre ser impedida por motivos óbvios.<br />

nessa situação, os limites impostos pela família<br />

precisam ser muito claros para a criança maior,<br />

o que protege a própria criança do perigo que<br />

para ela representa sua fantasia agressiva. Quanto<br />

mais segura estiver <strong>de</strong> si mesma e do afeto dos<br />

pais, mais aceitará afetivamente a presença do<br />

bebê na família.<br />

1.11.2.4 A ESCOLA<br />

Quando a criança não possui condições mínimas<br />

<strong>de</strong> recreação <strong>de</strong>ntro do ambiente familiar<br />

ou quando há somente adultos nesse ambiente,<br />

a criança po<strong>de</strong>rá se beneficiar com a entrada na<br />

pré-escola.<br />

Essa ausência <strong>de</strong> recreação tanto se refere à<br />

ausência <strong>de</strong> espaço físico, como também, situações<br />

<strong>de</strong> conflito familiar ou hostilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do<br />

lar. no entanto, se o motivo trazido pelos pais ou<br />

familiar <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> separar o pré-escolar <strong>de</strong> um irmão<br />

menor com o qual está apresentando gran<strong>de</strong><br />

rivalida<strong>de</strong>, esta situação precisará ser resolvida<br />

antes da matrícula da criança em escola, evitando<br />

que a mesma encare a nova situação como castigo<br />

e perda do afeto <strong>de</strong> seus pais.<br />

havendo condições propícias <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />

doméstico para que haja a recreação sob supervisão<br />

<strong>de</strong> um adulto, a entrada à escola po<strong>de</strong>rá ser indicada<br />

a partir dos seis anos, como preparação para<br />

a alfabetização e treinamento da atenção e concentração,<br />

assim como do comportamento socialmente<br />

necessário à vida escolar (saber esperar sua vez,<br />

entrar em filas, fazer pequenas tarefas).<br />

Os pais, ou familiares responsáveis, <strong>de</strong>verão<br />

ser orientados a colocarem seus filhos em escolas<br />

<strong>de</strong> preferência pequenas, com poucas classes<br />

e alunos, facilitando a adaptação.<br />

É importante que a criança conheça sua escola,<br />

antes mesmo do primeiro dia <strong>de</strong> aula, saiba<br />

o nome e a professora, como chegar ao banhei-<br />

tam a escola.<br />

A escola <strong>de</strong>ve, <strong>de</strong> preferência, localizar-se perto<br />

do domicílio, pois longos percursos, sejam a pé<br />

ou <strong>de</strong> condução, são fatores <strong>de</strong> cansaço e ansieda<strong>de</strong><br />

para a criança.<br />

nesta faixa etária, é importante realizar screening<br />

para acuida<strong>de</strong> visual e auditiva. Crianças<br />

que apresentam <strong>de</strong>ficiência auditiva ou visual tem<br />

chances reduzidas para o aprendizado na escola,<br />

que po<strong>de</strong> ser motivo <strong>de</strong> repetência ou abandono<br />

escolar.<br />

1.11.2.5 A SEXUALIDADE<br />

As <strong>de</strong>monstrações da existência da sexualida<strong>de</strong><br />

da criança nos dois primeiros anos <strong>de</strong> vida normalmente<br />

não preocupam a família (ereções espontâneas,<br />

manipulação <strong>de</strong> genitais, apalpação<br />

do corpo dos pais e adultos próximos);<br />

É durante a ida<strong>de</strong> pré-escolar, entre os três e<br />

cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, que a criança inicia as ‘pesquisas’<br />

sexuais propriamente ditas, começando a ter<br />

noção da diferença entre os sexos. Esta fase será<br />

<strong>de</strong> intensa curiosida<strong>de</strong>, aparecendo perguntas da<br />

criança sobre a diferença entre os sexos, sobre a<br />

sua origem, sobre o parto e a fecundação.<br />

Cabe aos pais respon<strong>de</strong>r às perguntas da criança<br />

<strong>de</strong> uma maneira clara e numa linguagem acessível,<br />

levando a informação com afeto e naturalida<strong>de</strong>.<br />

A função <strong>de</strong> esclarecer a criança é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

dos pais, ou responsáveis, não é o profissional<br />

quem <strong>de</strong>verá respondê-las, mesmo com<br />

a solicitação dos familiares. Porém, se solicitado,<br />

o profissional <strong>de</strong>verá auxiliar os pais nestas respostas<br />

e na dificulda<strong>de</strong> que apresentam para lidar<br />

com o tema; havendo conflitos ou dificulda<strong>de</strong>s<br />

intensas da família para abordar o tema da<br />

sexualida<strong>de</strong>, configura-se indicação para assistência<br />

psicológica.<br />

A experiência <strong>de</strong> criar animais, observar seu<br />

acasalamento, gestação e parto, ajuda à criança<br />

pré-escolar a compreen<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> reprodução<br />

<strong>de</strong> uma maneira bastante correta. O uso <strong>de</strong><br />

livros ilustrados, próprios para a faixa etária, também<br />

po<strong>de</strong> ser indicado.<br />

Entretanto, nada substitui a necessida<strong>de</strong> básica<br />

<strong>de</strong> se estabelecer uma relação <strong>de</strong> confiança<br />

entre pais e filhos, na qual todos os assuntos possam<br />

ser naturalmente abordados.

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