17.04.2013 Views

À SAÚDE - Prefeitura de Vitória

À SAÚDE - Prefeitura de Vitória

À SAÚDE - Prefeitura de Vitória

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

volver a ele, pois ai também se trata <strong>de</strong> exerci-<br />

72 tar esse papel ativo que a criança está começanvências fora da família, porém ainda acompanhasorial<br />

necessária para seu <strong>de</strong>senvolvimento glo- É brincando que a criança experimenta atitu- 73<br />

do a conhecer.<br />

O profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> também terá um papel<br />

importante, auxiliando a família ou os cuidadores<br />

quanto à importância <strong>de</strong> a criança po<strong>de</strong>r se<br />

manifestar com certa autonomia e in<strong>de</strong>pendência<br />

para po<strong>de</strong>r se diferenciar, mas sem que os familiares<br />

<strong>de</strong>scui<strong>de</strong>m <strong>de</strong> seu papel <strong>de</strong> educar, orientar<br />

e proteger a criança.<br />

Se há conflito <strong>de</strong> interesses entre os pais, ora<br />

proibindo e ora ce<strong>de</strong>ndo às exigências da criança;<br />

ou nos casos em que um dos pais <strong>de</strong>sfaz com<br />

freqüência a <strong>de</strong>cisão do outro, este conflito refletirá<br />

na criança que ficará confusa e passará a buscar<br />

meios próprios <strong>de</strong> conseguir o que quer, reagindo<br />

ou se utilizando a situação.<br />

nesse caso po<strong>de</strong>rá apresentar condutas como<br />

as crises <strong>de</strong> ‘birra’ (caracterizadas por choro intenso,<br />

gritos, jogar-se no chão e pela perda <strong>de</strong> controle<br />

das emoções); ou outras reações mais preocupantes<br />

tais como agressão verbal ou física, provocação<br />

<strong>de</strong> tosse ou vômitos, auto-agressão ou<br />

perda <strong>de</strong> fôlego.<br />

A ocorrência <strong>de</strong>stas atitu<strong>de</strong>s na criança é sinal<br />

<strong>de</strong> que algo não vai bem na sua possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expressar e negociar o que quer. A criança estará<br />

<strong>de</strong>monstrando, com isso, dificulda<strong>de</strong>s para lidar<br />

com frustrações, intolerância a estas ou mesmo<br />

uma intensa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção e <strong>de</strong> provas<br />

do amor dos pais, que ela põe em dúvida ao<br />

não ser atendida.<br />

Em qualquer <strong>de</strong>sses casos, o principal é saber<br />

que estas reações são a única maneira - regredida<br />

e primitiva - que a criança está encontrando para<br />

expressar seus sentimentos, o que indica a existência<br />

<strong>de</strong> conflitos consigo mesma, na relação com os<br />

pais e/ou dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apropriação da linguagem<br />

verbal como veículo <strong>de</strong> suas emoções.<br />

O profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá apontar para<br />

os pais a existência <strong>de</strong>sses conflitos – na criança<br />

ou na relação <strong>de</strong>stes entre si e/ou com criança -<br />

e auxiliá-los no sentido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem colocar em<br />

palavras as dificulda<strong>de</strong>s. Caso a situação se mostre<br />

mais complicada que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolução<br />

que este profissional sente que tem, este <strong>de</strong>verá<br />

encaminhar a criança e a família para a atenção<br />

psicológica.<br />

A partir do momento em que esta separação<br />

estiver se encaminhando a criança começará a ter<br />

alguns interesses em conhecer e experimentar vi-<br />

do <strong>de</strong>sta. Trata-se dos passeios a parques e praças,<br />

<strong>de</strong> ouvir estórias ou ver <strong>de</strong>senhos animados<br />

e filmes infantis, etc.<br />

Estas últimas ativida<strong>de</strong>s geralmente serão realizadas<br />

repetidamente, pois, embora a criança já<br />

consiga se lembrar da estória, ela ainda necessita<br />

viver as situações concretamente antes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

elaborá-las internamente.<br />

O contato com a televisão, seus <strong>de</strong>senhos e<br />

programas po<strong>de</strong> ser utilizado, mas com o cuidado<br />

<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar que esta ativida<strong>de</strong> se sobreponha ou<br />

mesmo substitua outros tipos <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira.<br />

Estas brinca<strong>de</strong>iras, em ambiente aberto e nas<br />

quais a criança tenha participação ativa, se movimentando<br />

e fazendo bastante ativida<strong>de</strong> motora<br />

são essenciais para seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

É importante lembrar que a criança <strong>de</strong>sta ida<strong>de</strong><br />

- até os cinco anos - está ainda <strong>de</strong>senvolvendo o<br />

controle e domínio sobre seu corpo, necessitando<br />

da ativida<strong>de</strong> física. A restrição <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

levar a atitu<strong>de</strong> agitada e mesmo agressiva.<br />

Assim, é comum nas crianças a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seguirem uma disciplina rígida que não é mesmo<br />

indicada nesta fase.<br />

É importante o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> observar<br />

como a criança está vivendo esta fase <strong>de</strong> sua vida e<br />

apontar para os pais possíveis problemas, pois muitas<br />

vezes estes não percebem ou não tomam atitu<strong>de</strong>s<br />

quando os filhos estão nessa ida<strong>de</strong>, esperando<br />

que tudo se resolva quando eles crescerem.<br />

Muitos problemas só aparecem para tratamento<br />

quando a criança chega à escola, o que causa<br />

muitos problemas e aumenta o risco <strong>de</strong>sta criança<br />

não se escolarizar.<br />

1.11.2 ALGUMAS ORIENTAÇÕES<br />

SOBRE O DESENVOLVIMENTO<br />

DA CRIANÇA<br />

A estimulação sensório-motora <strong>de</strong>ve ser iniciada<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prevenir o<br />

aparecimento <strong>de</strong> atraso neuropsicomotor <strong>de</strong> origem<br />

ambiental. As primeiras fontes <strong>de</strong> estimulação<br />

ambiental para o bebê são o seu próprio corpo<br />

e o corpo da mãe, o qual é percebido como<br />

uma extensão do seu.<br />

Pegar no colo transmite à criança, nos primeiros<br />

meses <strong>de</strong> vida, segurança, confiança, sen-<br />

timento <strong>de</strong> ser amada, além <strong>de</strong> estimulação sen-<br />

bal. A criança que fica somente no berço tem necessida<strong>de</strong>s<br />

afetivas e motoras bastante frustradas,<br />

que po<strong>de</strong>m, inclusive, interferir no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

intelectual.<br />

no primeiro semestre <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>vem ser proporcionados<br />

à criança estímulos visuais (luz, objetos<br />

coloridos), estímulos auditivos (canções, conversa,<br />

chocalho), estímulos táteis (esponja no banho) e<br />

estímulos motores (troca <strong>de</strong> roupas e <strong>de</strong> posição,<br />

manipulação <strong>de</strong> brinquedos <strong>de</strong> borracha).<br />

no segundo semestre <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>vem ser introduzidos<br />

objetos <strong>de</strong> textura, cor, tamanho e peso<br />

variados. Os jogos <strong>de</strong> escon<strong>de</strong>r objetos para que<br />

a criança os procure, as brinca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> bater palmas<br />

ao som <strong>de</strong> músicas infantis, o uso <strong>de</strong> figuras<br />

e ilustrações <strong>de</strong> revistas para <strong>de</strong>senvolver novas<br />

palavras contribuem para avanços nas áreas cognitiva<br />

e <strong>de</strong> linguagem.<br />

O uso <strong>de</strong> bicos e chupetas <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sencorajado,<br />

pois po<strong>de</strong>m prejudicar o aleitamento materno<br />

e provocar problemas ortodônticos. O apego<br />

excessivo ao bico, sendo utilizado para substituir<br />

as ativida<strong>de</strong>s comuns e normais da ida<strong>de</strong>, sugere<br />

a existência <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s pessoais que a criança<br />

tenta compensar com o prazer da sucção.<br />

nesse caso, retirar o bico não significa resolver<br />

a dificulda<strong>de</strong>. O profissional <strong>de</strong>ve orientar a família<br />

para sua retirada progressiva, substituindo-o<br />

por fontes <strong>de</strong> prazer mais a<strong>de</strong>quadas à nova etapa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento vivida pela criança, como<br />

brincar com água, areia, argila, e estimular o contato<br />

com outras crianças. Se a situação for mais<br />

complexa e conflitiva, a família <strong>de</strong>verá ser encaminhada<br />

ao psicólogo.<br />

A criança <strong>de</strong>ve ter sua própria cama em quarto<br />

separados do dos pais, se possível, para preservar<br />

o relacionamento <strong>de</strong>stes e evitar que ela vivencie<br />

uma situação que ainda não está apta a compreen<strong>de</strong>r,<br />

po<strong>de</strong>ndo gerar dificulda<strong>de</strong>s nas áreas sexual<br />

e afetiva.<br />

1.11.2.1 O BRINCAR<br />

O brincar é uma ativida<strong>de</strong> essencial para a criança,<br />

pois, além <strong>de</strong> exercer um estímulo ao seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sensorial, motor e cognitivo, terá,<br />

cada vez mais uma função <strong>de</strong> projeção das suas<br />

fantasias e <strong>de</strong> experimentação <strong>de</strong> papéis sociais.<br />

Uma criança que não brinca está sinalizando<br />

a existência <strong>de</strong> algum problema.<br />

<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>verá ter mais tar<strong>de</strong> e o fato <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

viver <strong>de</strong> uma maneira ativa na brinca<strong>de</strong>ira coisas<br />

que vive passivamente na realida<strong>de</strong> lhe permite expressar<br />

e extravasar os sentimentos gerados por<br />

estas vivencias.<br />

daí a necessida<strong>de</strong> do espaço para a criança po<strong>de</strong>r<br />

brincar, seja um quintal, praia, playground ou<br />

em caixotinhos <strong>de</strong> areia num canto <strong>de</strong> um corredor,<br />

além do uso <strong>de</strong> bacias e canecas no banheiro<br />

ou tanque da casa.<br />

A água, a areia, o barro, a argila ou massas <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lar, <strong>de</strong>vido à extrema plasticida<strong>de</strong>, são os brinquedos<br />

necessários como estímulo sensório-motor<br />

e <strong>de</strong> fantasia, entre 01 e 03 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

A ausência <strong>de</strong>sse material no lar po<strong>de</strong> ser o<br />

motivo principal para levar a criança a um parque<br />

ou escolinha. O profissional, então, <strong>de</strong>verá orientar<br />

a família que o brinquedo indiferenciado é aquele<br />

que mais preenche as necessida<strong>de</strong>s da criança<br />

nessa fase e não aqueles brinquedos cheios <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes<br />

e sofisticados.<br />

Com três ou quatro anos a criança tem um gran<strong>de</strong><br />

interesse no jogo com bolas, atirando-as com as<br />

mãos, correndo atrás das mesmas, tentando pegálas<br />

quando alguém as joga em sua direção.<br />

Com quatro e cinco anos, a criança tem a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pedalar velocípe<strong>de</strong>s, trepar em árvores<br />

baixas ou em armações <strong>de</strong> playground, saltar<br />

pequenos obstáculos.<br />

Somente no fim da ida<strong>de</strong> pré-escolar, a criança<br />

conseguirá chutar bolas e pular num pé só.<br />

<strong>de</strong> três aos cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, a criança apresenta<br />

interesse em histórias contadas oralmente,<br />

ouvidas em discos ou assistidas na TV. É a partir<br />

dos quatro anos que a criança começa a apreciar<br />

livros ilustrados e revistas em quadrinhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho<br />

pouco elaborado.<br />

O pré-escolar se interessa, durante toda essa<br />

fase por objetos semelhantes aos utensílios domésticos<br />

(panelas, tampas), além dos móveis, carros.<br />

A criança nessa ida<strong>de</strong> costuma, algumas vezes,<br />

improvisar armas com pedaços <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

ou papelão ou até mesmo se interessar pelas armas<br />

<strong>de</strong> brinquedos.<br />

Cabe ao profissional orientar os pais que esses<br />

brinquedos, muitas das vezes, constituem uma maneira<br />

da criança <strong>de</strong>scarregar a sua própria agressivida<strong>de</strong>.<br />

O verda<strong>de</strong>iro equilíbrio afetivo na vida

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!