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Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

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INTRODUÇÃO<br />

A escrita de uma tese apresenta elementos autobiográficos quando o sujeito tem a<br />

oportunidade de se deparar com o seu desejo. Esta tese não poderia deixar de ‘narrar’ a<br />

trajetória de uma pessoa cujo nome iniciou alguma determinação. Nomeada em<br />

homenagem às duas avós, a Mara (que perdeu o i) ganhou um pouco da aparência física da<br />

Maria e o gosto pelo ensino da Alice. Desde cedo brincava ‘de escolinha’ e quando surgiu a<br />

oportunidade, na adolescência, de aprender inglês num programa de intercâmbio nos<br />

Estados Unidos, já estava decidida: aprenderia a língua para ser professora de inglês. Esse<br />

percurso porém sofreu um certo ‘desvio’, que hoje se manifesta valioso: uma graduação em<br />

Psicologia que, naquela época, ‘quase’ muda o curso de uma determinação. Contudo, o<br />

desejo de ensinar foi mais forte; não só de ensinar mas também de se especializar. Seguiu-<br />

se uma nova graduação em Letras e um mestrado que abriram as portas para a associação<br />

do ensino de inglês com uma disciplina até então desconhecida como ciência para ela, a<br />

Lingüística Aplicada. Esse conhecimento atestado em uma dissertação de mestrado 1 lhe<br />

abriu as portas para ensinar na universidade. A partir daí seu caminho se cruza e se<br />

assemelha ao caminho de muitos de seus colegas, dentre os quais alguns aqui retratados. E<br />

ao falar deles, ela fala também de si e das várias <strong>vozes</strong> que falam em cada pessoa.<br />

Por isso passamos à primeira pessoa do plural, porque antes de tudo assumimos<br />

nossa constituição heterogênea, assim como também reconhecemos os outros que<br />

participaram da construção deste trabalho. Iniciamos repensando a questão do lugar de<br />

professor e de avaliador que se encontram dentro da mesma atribuição jurídica conferida<br />

pela instituição. Há quem se sinta ‘à vontade’ nesta dupla atribuição e há quem se<br />

‘incomode’ com a atribuição de avaliador. Inseridos no segundo grupo, somos instigados<br />

pela seguinte pergunta: como conciliar o prazer de ensinar com o prazer de ver alguém<br />

1 Procuramos nessa dissertação (<strong>Neves</strong>, 1993) compreender a prática dos professores que diziam utilizar a<br />

metodologia comunicativa em voga. Vale salientar que um capítulo foi dedicado à avaliação, embora esta não tenha<br />

tido um papel central naquela investigação. Sem que soubéssemos, naquela época, talvez já se tratasse de um desejo<br />

que ficou em suspenso.

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