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Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

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65<br />

e de entrevistas com 60 usuários (adultos acima de 18 anos, 3 nacionalidades diferentes e<br />

profissões diversas) de francês como LE. Dentre as definições que encontrou na literatura,<br />

em somente 32 obras havia a definição de fluência e esta se apresentou como tendo três<br />

direções vagas: a primeira coincidente com a do dicionário que citamos acima; a segunda,<br />

com referência às competências do aprendiz (lingüística, discursiva, sociolingüística e<br />

psicolingüística); e a terceira com referência a aspectos do desempenho do aprendiz<br />

(facilidade, espontaneidade, naturalidade e criatividade no manejo das tarefas<br />

comunicativas, etc.). O que essa autora levanta nos depoimentos de seus interlocutores é<br />

uma característica da produção oral que não aparece na literatura: uma preocupação com o<br />

limiar de tolerância tanto lingüístico quanto de atitude, da parte de ambos, locutor e<br />

interlocutor, com relação às pausas, às interjeições e à inteligibilidade do texto falado.<br />

A autora parte de alguns aspectos que considera problemáticos para propor os seus<br />

parâmetros. Por exemplo, a delimitação de um espaço de tempo na avaliação é um tipo de<br />

constrangimento diferente daquele de uma interação fora do contexto de avaliação e a<br />

rapidez de resposta varia também de pessoa para pessoa. Ela se pergunta, então, como<br />

determinar a partir de qual nível a enunciação se torna excessiva ou mesmo irritante para o<br />

interlocutor. Portanto, diante do que compilou de seus informantes, a autora propõe uma<br />

definição progressiva em quatro níveis de fluência para a produção oral em LE e quatro<br />

níveis de fluência para recepção oral. Cada um desses níveis pode estar cercado de várias<br />

características que descrevem as competências discursiva, psicolingüística, sociolingüística,<br />

estratégica e interacional. Tais características ou aptidões podem variar em função do<br />

público que descreve a aptidão (ser ou não lingüista e a nacionalidade - a idade não<br />

apresentou influência). Exporemos abaixo parte de sua escala, aquela relacionada à<br />

produção fluente, que a autora defende como vantajosa para a formulação de objetivos de<br />

um curso e para a avaliação da produção em LE, servindo tanto para que o aprendiz se<br />

auto-avalie quanto para ser avaliado por outros (sempre em termos de limiar de tolerância).<br />

1) Se exprimir com fluência<br />

1.1. Codificar as idéias com os meios que já adquiriu (com o vocabulário reduzido e<br />

frases simples) sem se importar com erros, repetições, pausas, hesitações,

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