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Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

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quanto no discurso de nossos enunciadores, como veremos na análise do corpus, a fluência<br />

apresenta um forte apelo à idéia da língua do nativo como referência ‘ideal’. Richards et al.<br />

(1985: 107) entendem a fluência como:<br />

traços que dão à fala as qualidades de ser natural 48 e normal, incluindo o uso<br />

semelhante ao nativo de pausa, ritmo, entonação e acentuação, velocidade da fala<br />

e o uso de interjeições e interrupções. Se alguma desordem da fala causa uma<br />

interrupção na fala normal (no caso de afasia ou gaguejo) o resultado pode ser<br />

considerado como caso de disfluência. No caso de ensino/aprendizagem de LE, a<br />

fluência descreve um nível de proficiência na comunicação que inclui:<br />

a) a habilidade de produzir língua falada ou/e escrita com facilidade;<br />

b) a habilidade de falar com um bom comando, mas não necessariamente perfeito<br />

de entonação, vocabulário e gramática;<br />

c) a habilidade de comunicar idéias efetivamente;<br />

d) a habilidade de produzir fala contínua sem causar dificuldades de compreensão<br />

ou quebra na comunicação;<br />

Há, às vezes, o contraste em relação ao conceito de precisão (accuracy) o qual<br />

refere-se à habilidade de produzir gramaticalmente sentenças corretas, mas pode<br />

não incluir a habilidade de falar ou escrever fluentemente.<br />

Rajagopalan (1997:34) problematiza que o falante nativo da língua inglesa, língua<br />

extremamente heterogênea na forma como é falada pelo mundo, traz à tona os motivos<br />

ideológicos que sustentam a Lingüística Moderna. Ele completa:<br />

O domínio incompleto ou imperfeito da língua é, por definição, atribuído aos<br />

aprendizes da língua estrangeira (na verdade, isso é apenas o corolário do<br />

postulado de que o “falante nativo” tem domínio completo e perfeito sobre a sua<br />

“língua materna”). Tanto isso é levado a sério que a Lingüística descarta<br />

sumariamente todos aqueles usuários da língua que não atingem a marca de<br />

completude e perfeição já estipulada. Isto é, para o lingüista, a fala do não-nativo<br />

não tem nenhuma utilidade a não ser para fins de interesse secundário e periférico<br />

como a aprendizagem da língua estrangeira.<br />

Um estudo exclusivamente voltado para a fluência dentro da visão comunicativa foi<br />

feito por Schmitt-Gevers (1993) que se preocupou em levantar uma definição de fluência,<br />

tanto de recepção quanto de produção, operável, segundo a autora, para o ensino e<br />

avaliação da LE. Ela partiu da consulta de 61 obras na área de ensino/aprendizagem de LE<br />

48 Os grifos são nossos para ressaltar os efeitos que ressoam. Ressaltamos também que a tradução é nossa.

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