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Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

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Essa posição mais à vontade com a permissão dos próprios erros está presente<br />

também na fala de Ana. Pedro já representa na tranqüilidade relativa (entendemos também<br />

em relação ao erro) o seu lugar de brasileiro (estrangeiro) falante da LE. Acompanhemos as<br />

suas formulações:<br />

(60) É uma consciência de uma parte que eu sei (...) O que não me impede de cometer<br />

erros, principalmente quando eu estou, eu vou ficando muito cansada, começam a sair<br />

batatas. (...) [Ana, p.15]<br />

(61) (...) eu estou em certa medida tranqüilo nisso...e...eu acho que...o fato de você não<br />

ser falante nativo, de você ter aprendido, você mostra para os estudantes<br />

aonde...um...brasileiro pode chegar (...) [Pedro, p. 51]<br />

A partir das formulações acima, nos perguntamos de que modo a tolerância aos<br />

próprios erros na LE influencia o julgamento que os sujeitos fazem dos outros, seja na<br />

imagem que o aluno tem do desempenho do colega, seja na imagem que o professor tem do<br />

desempenho do aluno. Perguntando-se de outro modo, será que quanto maior a exigência<br />

na representação de um desempenho perfeito, maior é a exigência de perfeição em relação<br />

ao desempenho do outro (o aluno, o colega)? Vejamos algumas seqüências de atos político-<br />

tranferenciais da gestão da avaliação que nos levam a crer numa resposta positiva a esta<br />

pergunta. Para tanto, nós nos ateremos a algumas partes do corpus constituídas no<br />

acompanhamento das práticas de avaliação dos professores Tatiana e Pedro, ambos<br />

lecionando para grupos do mesmo nível, Língua Inglesa VII – o último nível, diurno e<br />

noturno, respectivamente.<br />

7.5.1. Exigência de desempenho perfeito que ‘não pode ser’<br />

No que se refere à Tatiana, acompanhamos a discussão em sala de aula sobre os<br />

procedimentos e estabelecimento de critérios para a avaliação da produção oral de seus<br />

alunos 108 . Faremos uma análise mais detalhada de outros momentos do processo <strong>discursivo</strong><br />

108 Esta aula aconteceu em2/7/1999. Nós a registramos através de anotações.

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