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Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

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da imagem de incapaz na compaixão dos colegas em iguais condições e que por sua vez<br />

oferecem o gozo da condescendência ao professor que ‘tudo’ sabe ou ao colega que ‘tudo<br />

aprendeu’.<br />

É preciso não esquecer que estas questões estão imbricadas e que se traduzem numa<br />

voz, ilusoriamente neutra, que tem como tutela o domínio da ciência e da técnica, que por<br />

sua vez sustentam e são sustentadas pela ideologia da excelência. Dessa forma, o efeito<br />

produzido imaginariamente no ensino comunicativo e na avaliação de desempenho é<br />

“conhecer o aluno significa centrar-se no seu processo, acompanhar a sua aprendizagem<br />

sem o comparar aos outros”. A avaliação do rendimento do aluno, portanto, deve ser<br />

contínua ou formativa e elaborada por critério. A avaliação formativa é contraposta à<br />

avaliação somativa, significando várias avaliações durante o processo, enquanto que a<br />

segunda se dá somente ao final dele. A avaliação por critério é contraposta à normativa, ou<br />

seja, ao invés do desempenho ser julgado com relação aos colegas, passa a ser julgado com<br />

relação ao desenvolvimento do próprio aluno. Dessa forma, os instrumentos de avaliação<br />

devem ser variados para se obter um perfil global, completo, do desempenho do aprendiz<br />

durante um período de tempo dado. Aliás, essa voz da ciência que demanda o ensino<br />

centrado no aluno é justamente aquela que ‘afasta’ o professor do aluno ali presente para<br />

centrá-lo no aluno abstrato, imaginado na teoria. Além disso, está calcada na idéia de que<br />

há algum final na aprendizagem e que este é o do tempo de duração de uma aprendizagem<br />

disciplinar, cujo produto pode ser rigorosamente medido.<br />

Contudo, esse dizer científico que significa controle de uma qualidade abstrata, tem<br />

sua neutralidade posta sempre em xeque por forças político-transferenciais no<br />

relacionamento social do cotidiano da sala de aula. Vejamos agora a formulação de<br />

Mônica:<br />

(54) (...) eu acho que a avaliação...a avaliação e-... ela fica mais justa no momento que<br />

ela...vai na direção mais do processo e não só do produto, não que o produto não seja<br />

importante, eu acho que ele... deve ser considerado também, principalmente em casos<br />

como.... na universidade que a gente tem que dar uma nota (...) quando eu...trabalho<br />

com vários tipos de...avaliação, com vários mecanismos, porque eu acho que todo- nem

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