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Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

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falamos em interação 34 com parceiros (partners)”. A maior parte dos estudos sobre a<br />

avaliação da competência comunicativa se encontra dentro da visão de que a comunicação<br />

“é a execução de um código e de um jogo de regras sociais prontos a empregar” (Springer,<br />

1998: 77). A produção oral envolve a construção e execução da mensagem sob a limitação<br />

das condições de processamento e reciprocidade, argumentam Johnson & Johnson (1998).<br />

Contudo, as avaliações de desempenho são propostas para se reduzir o conflito entre<br />

os objetivos da aprendizagem de LE e os critérios docimológicos vigentes. A questão<br />

pedagógica que vinha fazendo efeito (e continua até hoje) era basicamente estruturalista e o<br />

conhecimento da língua se dividia em elementos lingüísticos e habilidades. Devido à<br />

discussão competência/desempenho introduzida no contexto anglófono, Bachman (1990),<br />

preocupado com a eliminação da divisão estruturalista, propõe o termo proficiência para se<br />

referir à competência em geral ligada ao desempenho através de testes. Proficiência para ele<br />

significa a capacidade lingüística-comunicativa, não importando onde, como e sob quais<br />

condições a língua foi aprendida.<br />

Vale notar que em 2000, esse autor ressalta que a pesquisa na área de testes havia<br />

sido largamente dominada pela hipótese de que a proficiência em línguas consistia de um<br />

único traço e uma metodologia de pesquisa quantitativa e estatística em efeito desde os<br />

anos 60. Aponta que nos anos 80 os problemas e preocupações dos testes de língua se<br />

abriram para outras áreas da Lingüística Aplicada, a partir da expansão da proposta teórica<br />

da competência comunicativa e seu conseqüente bombardeio por críticas. Daí a demanda de<br />

testes também comunicativos. Instalam-se discussões sobre autenticidade e desempenho<br />

nos testes aliadas ao problema da integração das habilidades aí implícitas.<br />

Um ensaio importante na literatura de avaliação comunicativa em segunda língua no<br />

contexto anglófono é o de Wesche (1983) com relação aos testes de desempenho. Estes,<br />

34 Na abordagem discursiva entendemos, com Pêcheux (1990), que as coisas a saber não são aprendidas por<br />

interação, mas são tomadas em redes de memória que dão lugar a filiações identificadoras. Na inter<strong>subjetividade</strong>, a<br />

interação é simbólica, as relações são transferenciais e, por natureza, são conflitivas, contraditórias, como veremos<br />

na Parte II.

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