20.04.2013 Views

Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

74<br />

alunos e outras formas de coleta de informação contínua e progressiva. O que percebemos<br />

nestas recomendações não é somente a inversão do processo de ensino para o de avaliação,<br />

mas também a ilusão de que esta coleta de informação contínua significa proteção contra a<br />

incerteza, a insegurança e a ansiedade próprios ao ato de se tentar conhecer ou mesmo saber<br />

uma língua estrangeira.<br />

2.6. Recapitulando...<br />

Procuramos desvendar neste capítulo as condições de produção dos sistemas de<br />

avaliação cujo discurso faz o efeito de moldagem da forma e do conteúdo dos programas<br />

educacionais em geral e dos programas lingüísticos em particular. O que entendemos em<br />

relação à disseminação do inglês como língua franca, por exemplo, é que a avaliação em<br />

todas as suas representações parece ser uma parte importante do mega-empreendimento<br />

lingüístico dos países hegemônicos. Por trás dos chamados planejamentos curriculares, dos<br />

materiais e das práticas de avaliação está uma política lingüística muito bem arquitetada<br />

ideologicamente, já que se faz prescritiva sem o mostrar. Os professores de LE, formadores<br />

de outros professores, submetidos a esse prescritivismo, tomam posições sobre o que<br />

consideram proficiência na língua, muitas vezes de modo acrítico. Especialistas<br />

preocupados com a questão ética das práticas de avaliação propõem pensar o efeito moral<br />

dos procedimentos, a exemplo de Lynch (1996), Hamp-Lyons (1997) e Bachman, (2000).<br />

Nessa discussão, não conseguem sair do círculo vicioso entre o que é válido e não confiável<br />

e o que é confiável e não-válido, tanto nos procedimentos tradicionais quanto nos<br />

alternativos. O que propomos é pensar a questão ética com um outro olhar: na<br />

desmistificação do prescritivismo da ciência e das técnicas estabelecidas como verdade e<br />

na subjetivação dos protagonistas dessas práticas.<br />

Portanto, tendo em mente as práticas de avaliação de nossos enunciadores tanto<br />

através de testes quanto através de procedimentos alternativos, centralizaremos também a<br />

nossa atenção no que se refere aos procedimentos de avaliação da produção oral em meio<br />

às outras práticas de avaliação. Nossos protagonistas procuram reproduzir essas tendências

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!