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Processo discursivo e subjetividade: vozes ... - Maralice Neves

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separadas de seis línguas, em cursos diurnos e noturnos. O espaço físico da escola oferece<br />

salas equipadas com gravadores, televisões e vídeos, laboratórios de pesquisas especiais em<br />

fonética, corpora e produção de textos e um laboratório de informática para acesso fora do<br />

horário das aulas. Oferece também um laboratório de auto-aprendizagem com<br />

computadores e multimídia cujo objetivo é proporcionar oportunidades para que o aluno<br />

utilize a língua estrangeira. Além disso, seu Centro de Extensão oferece cursos de línguas<br />

modernas ministrados pelos professores e alunos estagiários da escola.<br />

Devido a sua grande demanda, a língua inglesa é a mais procurada, tanto para os<br />

cursos de bacharelado e licenciatura, quanto para os cursos de extensão. Na época em que<br />

iniciamos a construção do corpus, os cursos de extensão, por exemplo, contavam com um<br />

contingente de aproximadamente 3000 alunos. Dentre as 243 turmas formadas, 151 eram de<br />

inglês, 53 de espanhol, 32 de francês, 48 de alemão e 7 de italiano. Como bem marca<br />

Rajagopalan (1997: 27), no âmbito da ciência da linguagem, da lingüística, o inglês já não é<br />

mais um simples “instrumento de comunicação”, mas sim uma mercadoria. O autor cita<br />

Pennycook e Phillipson que apontam o lucro de agências como o Conselho Britânico e<br />

diversos órgãos americanos, o que confirma que “investimento na língua inglesa tem<br />

retorno garantido”. Ora, o lucro dos cursos de extensão, na universidade pública hoje que<br />

tem visto seus recursos minguarem, é o que tem possibilitado algum recurso para o auto-<br />

gerenciamento das faculdades. O ensino de inglês é de longe o maior responsável pelos<br />

lucros dessa faculdade de Letras, conferindo maior poder e status aos membros dessa<br />

comunidade de ensino. Com isso, pensamos que os cursos de graduação em língua inglesa<br />

oferecem atraentes oportunidades de prática a seus alunos/estagiários e talvez mais<br />

possibilidade de aumento de prestígio numa carreira representada em geral como de ‘baixo<br />

prestígio’. 74<br />

74 Embora não haja um estudo específico sobre o perfil do formando em Letras – Habilitação Inglês – nesta<br />

instituição, cabe levantar o estudo de Braga, Peixoto & Bogutchi (2001) sobre o perfil socioeconômico do aluno de<br />

Letras da citada instituição no período de 1992 a 1999. A carreira de Letras é considerada neste estudo como de<br />

baixo prestígio social, assim como também o curso. Dessa maneira, o perfil socioeconômico do aluno de Letras tem<br />

sido cada vez mais baixo e as seguintes explicações são oferecidas: 1) A escolha da carreira tem uma forte ligação<br />

com a seletividade social, ou seja, cursos de maior prestígio social, tal como a Medicina, são escolhidos<br />

predominantemente por candidatos oriundos da classe média alta, enquanto os cursos de menor prestígio social são<br />

preferidos por aqueles pertencentes aos estratos sociais menos favorecidos por imaginarem que têm maior chance<br />

de aprovação com desempenho mediano. 2) A abertura de vagas no curso noturno de Letras ofereceu oportunidades

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