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Editorial - Andes-SN

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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:26 Página 156<br />

Produção do conhecimento versus produtivismo e a precarização do trabalho docente<br />

cionar, como é o caso, no mo men to, da indu ção<br />

para que a solidariedade seja exer citada. Ve ja-se<br />

o que está previsto na nova Ficha de ava liação da<br />

CAPES (item 5.2.3, de nominado Solida rie da de),<br />

como orientação aos pares que terão a in cum -<br />

bên cia de avaliar os Pro gramas:<br />

O programa mantém projetos de cooperação sis -<br />

temática com outros programas, sobretudo os si -<br />

tua dos em regiões ou sub-regiões geográficas me -<br />

nos aquinhoadas, afastados dos grandes cen tros de<br />

ensino e/ou voltados para a inovação na pesquisa?<br />

Participa de programas de indução de iniciativas<br />

vol tadas para esse objetivo? Contribui para for ma -<br />

ção/atualização de profissionais dessas regiões – co -<br />

mo aluno regular, doutorado-san duíche...?<br />

Ou tomamos a iniciativa ou teremos que do -<br />

lo rosamente encarar e aplicar a nós mesmos a<br />

afirmação de Kant (2005): “É tão cômodo per -<br />

manecer menor”.<br />

NOTAS<br />

1 Este texto que serviu de base para a conferência de<br />

abertura do “VI Seminário de Pesquisa em Educação da<br />

Região Sul” (ANPEdSUL), realizado na UFSM/RS, em<br />

junho de 2006.<br />

2 De acordo com Chauí, a reforma do Estado em pre -<br />

endida pelo governo FHC (1994-2002) – e, diria, nas suas<br />

linhas gerais, mantida no governo Lula – “ao definir os<br />

se tores que compõem o Estado, designou um desses se -<br />

tores como setor de serviços não exclusivos do Estado e<br />

nele colocou a educação, a saúde e a cultura. Essa loca li -<br />

za ção da educação no setor de serviços não exclusivos do<br />

Estado significou: a) que a educação deixou de ser con ce -<br />

bida como um direito e passou a ser considerada um ser -<br />

viço; b) que a educação deixou de ser considerada um ser -<br />

viço público e passou a ser considerada um serviço que po -<br />

de ser privado ou privatizado. Mas não só isso. A re for ma<br />

do Estado definiu a universidade como uma orga nização<br />

social e não como uma instituição social” (2003, p. 6)<br />

3 A distinção entre uma organização e uma instituição,<br />

ainda baseados em Chauí (2003, p. 6), relaciona-se ao fato<br />

de aquela “definir-se por uma prática social determinada<br />

por sua instrumentalidade: está referida ao conjunto de<br />

meios (administrativos) particulares para obtenção de um<br />

objetivo particular”. Diversamente a instituição social<br />

“aspira à universalidade”. Diferentemente desta, a “orga -<br />

nização pretende gerir seu espaço e tempo particulares<br />

acei tando como dado bruto sua inserção num dos pólos<br />

156 - DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008<br />

da divisão social, e seu alvo não é responder às contra -<br />

dições e sim vencer a competição com seus supostos<br />

iguais” (destaque nosso). Essa mudança, conforme Ca -<br />

sanova (2001, p. 217), “opera de acordo com a teoria neo -<br />

liberal, que debilita o Estado e dá o poder ao mercado”.<br />

4 É cada vez mais evidente e comprovada a face privada<br />

da universidade pública, particularmente via fundações<br />

que atuam no interior dessas universidades. Veja-se a este<br />

respeito o número especial da Revista Educação & Socie -<br />

dade (v. 25, 2004) com o título: “Universidade: Reforma<br />

e/ou rendição ao mercado?”. Cf. ainda Sguissardi (2005)<br />

e, particularmente em relação à pós-graduação, ver o arti -<br />

go de Silva Júnior (2005): “A racionalidade mercantil da<br />

pós-graduação. A produção da ciência pragmática e do<br />

in dividualismo profissional”.<br />

5 Gramsci é muito claro a este respeito, ao afirmar que<br />

devemos “aderir ao curso objetivo do desenvolvimento<br />

[da história, de uma situação] e discernir-lhe as contra di -<br />

ções” (citado por Neves, 1991, p. 34).<br />

6 A referência aqui é ao instigante artigo de Habermas<br />

(1987): “A nova intransparência: a crise do estado de<br />

bem-es tar social e o esgotamento das energias utópicas”.<br />

7 “Pós-moderno”, diz Eco (1985), “é um termo bom à<br />

tout faire. Tenho a impressão de que hoje se aplica a tudo<br />

aquilo que agrada a quem o usa”. Contudo, para além do<br />

agrado na utilização do termo, aos intelectuais compro -<br />

metidos deveria preocupar o processo e os efeitos de aná -<br />

lises desse teor. Ao se conseguir a façanha de corroer o<br />

poder explicativo das meta-teorias, instaura-se um rela -<br />

tivismo que libera da preocupação com o rigor e tudo<br />

pas sa a valer.<br />

8 Frase presente na peça A Tempestade, de autoria de<br />

William Shakespeare, escrita/publicada em 1623.<br />

9 Questionamento levantado pelo autor na sua fala de<br />

agra decimento no decorrer da cerimônia pela qual a<br />

UFSC lhe atribuiu o título de Doutor “Honoris Causa”.<br />

10 De acordo com Dias Sobrinho (2003) - referindo-se à<br />

educação superior, embora poderia estar falando espe cifi -<br />

camente da avaliação na pós-graduação - “sob o domínio<br />

do “Estado avaliador” dos últimos anos, a avaliação da<br />

educação superior tem sido praticada como instrumento<br />

privilegiado de regulação. Portanto, vem exa cerbando<br />

sua dimensão burocrático-legalista de controle, modela -<br />

ção, ajustamento e fiscalização”.<br />

11 “Não resta dúvida de que a burguesia, historicamente,<br />

desempenhou um papel proeminentemente revolucio ná -<br />

rio” (1986, p. 21), dizem os autores, para em seguida re -<br />

for çar que “com apenas um século de existência, a bur -<br />

guesia foi capaz de gerar forças produtivas mais variadas<br />

e potentes do que todas as gerações precedentes juntas<br />

em conjunto” (p. 23).

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