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Editorial - Andes-SN

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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:29 Página 207<br />

alunos avaliados tem se mostrado sempre muito<br />

aquém do desejado. Em 1998, 58% dos inscritos<br />

acertaram no máximo 40% das 63 questões ob je -<br />

tivas; em 2001 a média geral foi 40,56 e, mais uma<br />

vez, 56% dos inscritos acertaram, no má xi mo,<br />

40% das questões objetivas. Em 2005 a mé dia<br />

geral foi inferior a 40. Ou seja, evidencia-se uma<br />

fragilidade muito grande na formação pro por -<br />

cio nada pelo Ensino Médio brasileiro. Entre tan -<br />

to, se analisarmos esses dados conside rando ape -<br />

nas a média geral, deixamos de obser var os gru -<br />

pos distintos que se expressam nesse pro cesso de<br />

avaliação.<br />

De acordo com os dados fornecidos pelo<br />

INEP, relativos ao ENEM de 2005, a média dos<br />

estudantes das escolas privadas da área urbana<br />

ficou em torno de 51,7 pon tos. As escolas pú bli -<br />

cas esta duais urbanas tiveram média<br />

igual 32,2, enquanto as escolas da re -<br />

de fe deral da área urbana alcançaram<br />

um desempenho médio de 55,0 pon -<br />

tos. Ou seja, de acordo com essas in -<br />

for mações podemos concluir que o<br />

me lhor desempenho dos alunos do<br />

En si no Médio brasileiro não se en -<br />

con tra na rede privada, mas, sim, nas<br />

es colas públicas que recebem um<br />

maior investimento.<br />

Todos os fatores apontados an -<br />

te riormente, tais como: menor nú -<br />

me ro de alunos por sala de aula, me -<br />

nor número de alunos por docente,<br />

existência de laboratórios e, ainda,<br />

vá rios outros fatores que se resu -<br />

mem num maior custo aluno, são os<br />

principais responsáveis pela melhor apren diza -<br />

gem dos estudantes.<br />

Estas informações, aqui colocadas, procuram<br />

evidenciar que todas as discussões referentes ao<br />

Ensino Médio devem ter como ponto de susten -<br />

tação a questão do financiamento. Discutir o<br />

cur rículo, na sua dimensão mais ampla ou pensar<br />

os conteúdos curriculares na sua relação com as<br />

tecnologias requer pensar a possibilidade de con -<br />

cre tizar várias ações que são impossibilitadas pe -<br />

la falta de um compromisso real por parte do po -<br />

Não se pode aceitar que,<br />

num momento no qual<br />

se afirma, cada vez mais,<br />

a importância da Educação<br />

Básica como pré-condição de<br />

acesso e utilização dos bens<br />

materiais e culturais<br />

produzidos, o Ensino Médio<br />

seja considerado apenas<br />

como um momento de<br />

apropriação precária de<br />

conteúdos ligados<br />

a diversos ramos do<br />

conhecimento.<br />

Debates Contemporâneos<br />

der público para garantir um crescimento da<br />

ofer ta de Ensino Médio em articulação com a<br />

me lhoria da sua qualidade.<br />

Não se pode aceitar que, num momento no<br />

qual se afirma, cada vez mais, a importância da<br />

Educação Básica como pré-condição de acesso e<br />

utilização dos bens materiais e culturais produ zi -<br />

dos, o Ensino Médio seja considerado apenas co -<br />

mo um momento de apropriação precária de<br />

con teúdos ligados a diversos ramos do conhe ci -<br />

mento. O Ensino Médio há de ser visto como<br />

uma transição para um novo momento de vi vên -<br />

cia, numa fase importante da juventude. Essa<br />

tran sição, tanto pode se dar como possibilitadora<br />

de continuidade dos estudos, como pode ser<br />

vista como a entrada ou perma nên cia do jovem no<br />

mercado de traba lho. De qualquer forma, qual quer<br />

que seja a opção, esta última etapa da<br />

Edu ca ção Básica reveste-se, na atuali -<br />

dade, de uma peculiaridade que ja -<br />

mais despontou em sua história.<br />

Qualquer que seja o percurso a<br />

ser percorrido pelo educando do<br />

Ensino Médio, a boa ou má quali da -<br />

de da formação alcançada terá im -<br />

plicações no seu futuro. Não se po -<br />

de mais conceber que a passagem<br />

pe lo Ensino Médio seja vista como<br />

um momento transitório para um<br />

fu turo profissional. Necessita-se<br />

que a escola promova práticas e ca -<br />

pa cidades que estimulem os jovens<br />

a atuarem como sujeitos autônomos<br />

e interven tores. Acentuam-se cada<br />

vez mais problemáticas ligadas à ad -<br />

ministração da coisa pública, proble mas eco ló -<br />

gicos, apontando a urgência de ações de combate<br />

aos diversos tipos de discriminação, a uma re -<br />

edu cação, objetivando uma qualidade de vida<br />

melhor etc., Tudo isto impõe à escola um re pen -<br />

sar de suas práticas e de seus currículos. Nes te<br />

sen tido, um maior investimento na Educação Bá -<br />

sica, particularmente no Ensino Médio, colo case<br />

como necessidade imperiosa, na pers pec ti va de<br />

formação de um novo cidadão.<br />

Entendo também que o Ensino Médio deve<br />

DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008 - 207

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