Editorial - Andes-SN
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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:23 Página 109<br />
no de cor rer das duas úl timas dé ca -<br />
das. (BOUR DIEU e WAC QUANT,<br />
1998, p.18-19).<br />
Dentro dessa ótica, o presente<br />
trabalho foca liza algumas ações do<br />
movimento negro bra si leiro e apre -<br />
senta algumas considerações acerca<br />
da construção de uma sociedade in -<br />
ter cultural eman cipada. Esse de ba -<br />
te, pela sua importância atual e pelas<br />
discussões sobre “cotas” nas uni ver -<br />
si dades públicas, torna-se fun da -<br />
men tal no meio educacional.<br />
Produção do conhecimento versus produtivismo e a precarização do trabalho docente<br />
As lutas dos movimentos negros: a<br />
perspectiva brasileira e estadu ni den se<br />
No Brasil, os movimentos ne gros são mar -<br />
cantes em nossa história, desde os quilombos até<br />
as atuais lutas pelas “ações afir ma tivas”. Afinal, o<br />
Brasil foi cons truí do pelo traba lho dos africanos<br />
e seus descendentes 1 , por inter médio de sua for -<br />
ça, destreza e inteligência. Mas, em uma socie da -<br />
de que des pre zava o trabalho e a pobreza, atri bu -<br />
Em uma sociedade que<br />
des pre zava o trabalho e a<br />
pobreza, atri bu tos entregues<br />
ao negro, o racismo<br />
impôs-se e serviu para<br />
legitimar a ex ploração<br />
deste segmento social,<br />
oprimindo-o e realizando<br />
a domi na ção de classe,<br />
sob o véu das abo mi náveis<br />
teorias racistas.<br />
tos en tre gues ao negro, o racismo<br />
impôs-se e ser viu para legitimar a ex -<br />
plo ra ção des te seg mento so cial,<br />
opri min do-o e realizando a do mi -<br />
na ção de classe, sob o véu das abo -<br />
mi náveis teo rias racistas.<br />
Tal situação referenda a organi -<br />
za ção, os es tu dos e ações políticas<br />
es pecíficas acerca dos pro blemas<br />
que afetam a população negra no<br />
Bra sil, justificando, inclusive, polí -<br />
ticas específicas no cam po das ações<br />
afirmativas. Mas, tais esforços po lí -<br />
ticos devem ser conju ga dos, e nunca<br />
sepa ra dos, com a luta mais ampla dos se tores<br />
populares brasileiros, en volvendo to dos que, in -<br />
diferente de sua raça, anseiam pela cons tru ção de<br />
um mundo mais justo, baseado na pro fun da de -<br />
mo cracia, nos direitos humanos e na su pe ra ção<br />
do capitalismo. Existem muitas ques tões es pe cí -<br />
ficas que devem ser debatidas nos mo vi men tos<br />
ne gros e, neste sentido, é plena mente jus tificável<br />
a existência de movimentos que lutam pelos di -<br />
Universidade e sociedade DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008 - 109