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Editorial - Andes-SN

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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:22 Página 86<br />

Produção do conhecimento versus produtivismo e a precarização do trabalho docente<br />

to paritário: são os professores que<br />

definem to dos os processos de li -<br />

berativos nas instâncias in ternas à<br />

universidade, já que seus votos de -<br />

têm, por lei, no mínimo, 70% de peso.<br />

c) Autonomia de gestão financeira e<br />

patrimonial não implica autonomia<br />

financeira. O que se con quistou foi<br />

a subvinculação – não garantida por<br />

lei, mas negociada a cada ano, du -<br />

ran te a trami ta ção da LDO – de um<br />

percentual do ICMS ar re cadado<br />

(9,57%, inalterado há dez anos),<br />

cujo destino são as três universida -<br />

des estaduais pau listas 11 . E nunca é<br />

de mais lembrar que possuir au to -<br />

nomia para gerir é diferente de ter<br />

acesso a to dos os recursos ne cessá -<br />

rios a uma efetiva au to no mia. Além<br />

de esse percentual permanecer con -<br />

gelado há uma dé cada, a situação se agrava pelo<br />

fato de que, dentre as verbas destinadas à manu -<br />

tenção e de sen volvimento do ensino das univer -<br />

si dades pau listas, encontra-se o pagamento dos<br />

ser vi do res aposentados, o que onera cada vez<br />

mais seus or çamentos.<br />

Esses são apenas alguns exemplos que confir -<br />

mam a gravidade da situação atual. Apesar de<br />

manifestações como a do deputado federal Anto -<br />

nio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP), para<br />

quem os decretos “não existem” (THAME, 2007),<br />

eles estão em vigor e poderão ser a gota d’água<br />

no, já histórico, processo de ataque à autonomia<br />

universitária.<br />

A última cartada do governo estadual<br />

Pressionado pela resistência aos decretos que<br />

vêm bombardeando a educação pública, desde o<br />

primeiro dia de seu mandato, o governador Serra<br />

viu-se obrigado a editar o “Decreto Declaratório<br />

nº 1”, de 30/05/07, que “Dá inter pretação autên -<br />

tica aos Decretos nº 51.636, de 9 de março de<br />

2007, nº 51.471, de 2 de janeiro de 2007, nº<br />

51.473, de 2 de janeiro de 2007, e nº 51.660, de 14<br />

de março de 2007; dá nova redação às disposições<br />

que es pe cifica do Decreto nº 51.461, de 1º de ja -<br />

86 - DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008<br />

As re for mas para o<br />

en sino superior, nos<br />

ní veis federal e estadual,<br />

vêm refe ren dando<br />

práticas que ferem<br />

direta men te a autonomia<br />

didático-cien tífica.<br />

Duas das mais<br />

im por tantes re ferem-se<br />

ao financiamento e à<br />

ava lia ção das pesquisas.<br />

Sobre a pri meira, há<br />

uma clara diferença de<br />

prio ridades, que pesa<br />

negati va men te sobre as<br />

ditas ciências hu ma nas.<br />

nei ro de 2007, que organiza a Se cre -<br />

ta ria de En sino Superior, e dá pro vi -<br />

dências correlatas”.<br />

Em princípio, essa reação do go -<br />

vernador pa receu não fazer sen tido,<br />

mas há forte indício de que se tratou<br />

de saída direta e sigilosamente ne -<br />

gociada em reunião com reitores e<br />

di rigentes das três universidades es -<br />

taduais 12 . Afinal, governo, seus alia -<br />

dos, reitores e grande mídia afir ma -<br />

vam in sis tentemente que não havia<br />

motivo para alar de. No entanto, há<br />

poucas ra zões para acreditar que,<br />

desta vez, o Executivo pau lista esteja<br />

dis posto a abrir mão de seus ques -<br />

tionáveis projetos para a educação.<br />

Vejamos en tão o que NÃO mu dou<br />

com o Decreto De claratório nº 1:<br />

1) O Decreto nº 51.460, de<br />

01/01/2007, que criou a Secretaria de Ensino Su pe -<br />

rior e reordenou a forma de organização da edu ca -<br />

ção, no Estado de São Paulo – separando, por<br />

exem plo, o Centro Pau la Souza da Unesp e subor -<br />

dinando-o, junto com a FAPESP, à Secretaria de<br />

Desenvolvimento – sequer foi mencionado, por -<br />

tan to, no que concerne à fragmentação da área<br />

educacional não se trata de falta de “autenticidade<br />

interpretativa”. Assim, pre valece a subordinação<br />

da FAPESP e do Centro Paula Souza à Secretaria<br />

de Desen vol vimento, das universidades à Secre ta -<br />

ria de En si no Superior (ex-pasta do Turismo com<br />

nome mo dificado) e da educação básica à Secre ta -<br />

ria de Educação.<br />

2) Nesse mesmo sentido, nada foi feito com re -<br />

lação à reivindicação de extinção da Secretaria de<br />

En sino Superior (uma das bandeiras da mobili za -<br />

ção de greve), criada, aliás, de forma inconstitu cio -<br />

nal, segundo o jurista Dalmo de Abreu Dallari 13 .<br />

3) A nova redação dada ao Artigo 2º, inciso III,<br />

alíneas “c” e “d”, do Decreto nº 51.461, de 2 de<br />

janeiro de 2007 – “c) ampliação das atividades de<br />

ensino, pesquisa e extensão; d) busca de formas<br />

alternativas para oferecer formação nos níveis de<br />

ensino superior, com vista a aumentar o acesso à<br />

Uni versidade, respeitadas a autonomia universi -<br />

Universidade e sociedade

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