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Editorial - Andes-SN

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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:26 Página 158<br />

Produção do conhecimento versus produtivismo e a precarização do trabalho docente<br />

demandas da so ciedade, visando o de sen volvi mento cien -<br />

tífico, tecnológico, econômico e so cial do país.<br />

23 Na exposição de motivos para a necessidade da criação<br />

da ANPEd, em 1976, o presidente da CAPES apresentou<br />

como modelo a Associação Nacional de Economia. No<br />

texto “Origens da ANPEd: de instituída a instituinte”, Car -<br />

valho (2001) faz um detalhamento a respeito de como a<br />

ANPEC foi estruturada e como foi apresentada como “mo -<br />

delo a ser seguido” (p. 135) para a organização da ANPEd.<br />

24 A partir de 1995 a CAPES passou a ser assessorada<br />

por uma comissão internacional; contratou a COP -<br />

PE/UFRJ para informatizar o sistema como um todo e<br />

de senvolver, de modo preciso, indicadores de produ tivi -<br />

dade dos programas, a partir das informações prestadas<br />

pelos Programas via Coletacapes.<br />

25 Algumas manifestações consideradas paradigmáticas<br />

desses posicionamentos podem ser verificadas no texto<br />

“Reavaliando as avaliações da CAPES” (Fávero, 1999) e<br />

nos Documentos: “Decifra-me ou te devoro” e a “A mu -<br />

dan ça de critérios da avaliação dos programas de pós-gra -<br />

duação: subsídios para uma tomada de posição para a Área<br />

de Educação”, de autoria respectivamente do Fó rum Na -<br />

cional de Coordenadores de Cursos e Programas de Pósgraduação<br />

em Educação, Região Norte e Região Nor deste<br />

(Natal, 1998) e do Colegiado do PPGE da UFF (1998).<br />

26 Referência à obra O processo, de Franz Kafka.<br />

27 No início do segundo semestre do ano de 2006 saiu o<br />

resultado da avaliação dos Programas que encaminharam<br />

seu pedido de reconhecimento junto a CAPES. Em Santa<br />

Catarina, mais três Programas passaram a fazer parte do<br />

Sistema: O da Universidade do Estado de Santa Catarina<br />

(UDESC); o da UNOESC de Joaçaba e o da UNISUL<br />

de Tubarão.<br />

28 Em artigo veiculado pelo Notícias CAPES e pelo site<br />

abaixo, datado de 17 de novembro de 2005, o presidente<br />

da CAPES afirmava que a “Questão regional é desafio<br />

para a pós-graduação”. Argumentava que o atendimento<br />

ou a superação das disparidades regionais é um dos ob -<br />

jetivos do V Plano Nacional de Pós-graduação (V PNPG<br />

– 2005-2010) e enumerou iniciativas para, gra da tiva men -<br />

te, equacionar esta questão. Cf.:http://portal. mec.gov. br -<br />

/sesu/index2.php?option=content&do_pdf=1&id=3519<br />

&banco=1.<br />

29 Esta manifestação é parte de entrevista com um colega<br />

professor/orientador, entrevista que faz parte do projeto<br />

de pesquisa: “Política Educacional. Orientação/escrita<br />

de dissertações e teses em questão: Produção<br />

Científica e es tra tégias de orientadores e coordenadores<br />

de Programas de Pós-Graduação em Educação”, financiado<br />

pelo CNPq e coordenado por mim e pela colega<br />

Dra. Ana Maria Netto Machado (PPGE/UNIPLAC/-<br />

SC). Foram entrevistados 74 professores, orientadores e<br />

158 - DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008<br />

coordena do res que atuam em PPGEs avaliados pela<br />

CAPES, com no tas a partir de 5. Ressalte-se que, antes de<br />

ser aceito co mo pesquisador do CNPq (o que ocorreu<br />

em 2005), de senvolvemos parte deste projeto via Edital<br />

Universal do CNPq (2003-2005).<br />

30 Em interessante artigo a respeito da pressão para que<br />

todos os envolvidos na pós-graduação publiquem, com o<br />

título: The growing competition in Brazilian science: rites<br />

of passage, stress and burnout, De Meis et al (2003) afirmam<br />

que publicar o primeiro artigo, hoje, passou a ocupar<br />

o espaço que era preenchido pela defesa da tese ou<br />

dissertação no ritual de passagem que caracteriza a pósgraduação.<br />

31 Uma bem humorada e instigante versão desta con -<br />

dicionante nas universidades brasileiras, mais de 40 anos<br />

após o seu aparecimento nos EUA, pode ser encontrada<br />

no artigo de Olinda Evangelista (2006) intitulado “Pu bli -<br />

car ou morrer”, concluído com o bordão: “publicar pero<br />

sin morir”.<br />

32 As coletâneas passaram a ser uma estratégia de ´defesa´<br />

ou sobrevivência dos pesquisadores, uma vez que: a)<br />

a autoria única de um livro demanda um tempo que não<br />

é mais concedido, a não ser no período de doutorado,<br />

pós-doutorado, licença etc.; b) na perspectiva quantitativista<br />

que passou a predominar, um livro ou um artigo<br />

em uma coletânea, conta como um produto!<br />

33 Conforme De Meis et al (2003, p. 1): “Brazil´s scien -<br />

tific community is under pressure” e avançam afirmando<br />

que cresceu muito o número de publicações – em perió -<br />

dicos nacionais e internacionais – contrastando com a<br />

estagnação ou diminuição dos recursos repassados à pósgraduação<br />

e à pesquisa e que isto está provocando muita<br />

competição e causando stress (acessado em 15/05/2006).<br />

34 Em artigo anterior esta pesquisadora – no ano de 1997<br />

-, alertava para o fato de que “se as agências federais de<br />

apoio à pós-graduação e os demais órgãos dos quais ema -<br />

nam as políticas nacionais estivessem efetivamente in te -<br />

ressados em preservar uma das poucas e melhores con -<br />

quistas educacionais das últimas décadas, e tivessem lu -<br />

cidez para considerar que qualquer sistema ou sub sis te -<br />

ma de ensino precisa de pelo menos 30 anos para re velar<br />

seus efeitos mais permanentes, então elas conteriam as<br />

ações mais recentes que estão pondo em risco a so bre vi -<br />

vência dessa evidente conquista nacional que foi a criação<br />

do sistema de pós-graduação. Talvez não estejam pen san -<br />

do em acabar com a pós-graduação. É quase certo que<br />

não estejam, mas seguramente, estão abalando o seu equi -<br />

líbrio ecológico” (Warde, 2002, p. 179)<br />

35 E quando uma política pública é implementada já nas -<br />

ce com a marca da submissão aos ditames do mercado,<br />

como é o caso do PROUNI – compra, por parte do governo<br />

federal, de vagas em Institutos, Faculdades e Uni -

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