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Editorial - Andes-SN

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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:21 Página 74<br />

Produção do conhecimento versus produtivismo e a precarização do trabalho docente<br />

su perar a estéril meta de superávit primário [...]<br />

Todas estas dívidas - interna e externa - impli ca -<br />

ram no pagamento de um serviço (ou seja, a soma<br />

dos juros e do principal destas dívidas), pela es fe -<br />

ra federal, de R$ 139 bilhões em 2005, bem mais<br />

que os R$ 99 bilhões gastos com a soma de todas<br />

estas áreas sociais: Saúde, Educação, Assistência<br />

So cial, Agricultura, Segurança Pública, Cultura,<br />

Ur banismo, Habitação, Saneamento, Gestão Am -<br />

biental, Ciência e Tecnologia, Organização Agrá -<br />

ria, Energia e Transporte (AUDITORIA CIDA -<br />

DÃ DA DÍVIDA, 2006). 3<br />

Em 2006, o total de verba pública executada<br />

na área da educação até o final do ano corres pon -<br />

deu a 2, 27% do Orçamento Geral da União, en -<br />

quanto o pagamento dos juros e amortizações da<br />

dívida pública somou 36,70%, conforme aná lise<br />

da organização Auditoria Cidadã da Dívida em<br />

seus “Boletins da Dívida” (2006).<br />

Fica evidente, portanto, que a “política na -<br />

cio nal de expansão do acesso à educação supe -<br />

rior”, implementada pelo governo Lula da Silva,<br />

expressa uma ampliação do acesso focalizada no<br />

ensino, sem financiamento público, deterioran -<br />

do, conseqüentemente, a qualidade da formação<br />

profissional e do trabalho docente desenvolvido<br />

74 - DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008<br />

OR AMENTO GERAL DA UNI O - 2006 - EXECUTADOS AT 31/12/2006<br />

Fonte: Dispon vel em http://www.divida-auditoriacidada.org.br Acesso em: 22 de agosto de 2007.<br />

nas universidades federais. Para viabilizar esta<br />

po lítica nacional de “expansão”, as Portarias In -<br />

ter ministeriais números 22 e 224/07 (Brasil,<br />

MEC/ MPOG, 2007) representam as primeiras<br />

me didas efetivas de implementação do Decreto<br />

presidencial, constituindo, em cada Universi da de,<br />

“um instrumento de gestão administrativa de pes -<br />

soal”: o “Banco de Professores-equivalente” (art.<br />

1º). O “Banco” foi construído dando-se a ca da<br />

do cente em exercício em determinado mês de<br />

2007, um peso diferenciado, segundo a sua con di -<br />

ção de trabalho. Na medida em que o Pro gra ma<br />

REUNI objetiva a expansão do ensino de gra dua -<br />

ção, fica evidente que ações do governo estimu -<br />

lam as universidades federais à contrata ção de<br />

pro fessores substitutos para o trabalho em sala de<br />

aula, esvaziando o sentido do regime de trabalho<br />

em dedicação exclusiva, base de realiza ção da in -<br />

dis so ciabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.<br />

Da análise do Decreto Presidencial nº. 6.096 / 07,<br />

das Portarias Interministeriais números 22 e 224<br />

e do documento intitulado “Diretrizes Ge rais do<br />

REUNI – Reestruturação e Expansão das Uni -<br />

ver sidades Federais”, surgem as seguintes ques -<br />

tões: como aprovar 90% dos concluintes dos<br />

cur sos de graduação? Com aprovação automá ti -<br />

ca? Por que o documento afirma que a taxa de<br />

Universidade e sociedade

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