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Editorial - Andes-SN

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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:29 Página 206<br />

Debates Contemporâneos<br />

professores. Ou seja, enquanto as redes esta du -<br />

ais ampliaram a contratação de professores na or -<br />

dem de 140%, a iniciativa privada incrementou o<br />

número de pro fes sores em 48%. O fato é que,<br />

en quanto as redes estaduais ampliaram suas ma -<br />

trí culas em 210%, as matrículas na rede privada<br />

cresceram somente em torno de 8%.<br />

Estes dados indicam que o crescimento de ma -<br />

trículas nas redes estaduais não foi acompa nha do<br />

por um crescimento semelhante da quan tidade de<br />

novos estabelecimentos ou de, pelos me nos, es colas<br />

que passassem a ministrar o En si no Médio.<br />

No ano de 1991, as redes estaduais detinham<br />

cerca de 58% dos estabelecimentos de Ensino Mé -<br />

dio, enquanto a iniciativa privada era respon sável<br />

por 33%. Em 2005, constatou-se que o cres cimento<br />

da rede estadual, ex pres sivo em nível absoluto –<br />

pulan do, de cerca de 7 mil esc olas para<br />

mais de 15,6 mil, repre sentando um<br />

cres cimento de mais de 120% –, não<br />

modificou substancial men te a distri -<br />

buição dos estabeleci mentos no ce ná -<br />

rio global, pois sua par ticipação no to -<br />

tal, ape sar de ter cres cido che gou a<br />

apenas 66%.<br />

É inquestionável a hegemonia<br />

das redes esta duais no montante de<br />

ma trículas. No entanto, no quanti ta -<br />

tivo de estabelecimentos, mesmo que<br />

ha ja maioria, ela tem a mesma ex -<br />

pressão. A rede particular de en si no<br />

embora só detenha cerca de 12% das<br />

matrí cu las, é responsável por cerca de<br />

30% do total dos esta be lecimentos que minis tram<br />

o En sino Mé dio. Esses dados mostram o mo tivo<br />

pelo qual nas redes es ta duais vem aumen tando a<br />

rel a ção aluno/ pro fessor e da ocorrência inversa na<br />

re de privada.<br />

De acordo com os dados levantados, em<br />

1991, tínhamos cerca de 16 alunos por professor<br />

nas redes estaduais e 13 alunos por professor na<br />

re de privada. Já em 2005, esses números se mo -<br />

dificaram para 20 alunos por professor nas redes<br />

estaduais e 9 alunos por professor nas escolas<br />

pri vadas. Ou seja, temos um quantitativo de alu -<br />

nos por professor favorável à melhor aprendi za -<br />

206 - DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008<br />

Observa-se que existem<br />

no Brasil duas redes<br />

públicas totalmente<br />

distintas: a rede de escolas<br />

estaduais e a de escolas<br />

federais. Aqui, digo que<br />

temos duas redes, não em<br />

virtude da dependência<br />

administrativa, mas em<br />

função do nível de<br />

financiamento e da<br />

qualidade da educação<br />

ofertada à população.<br />

gem no âmbito da iniciativa privada.<br />

Esses dados nos remetem a uma questão fun -<br />

da mental à discussão da universalização do En si -<br />

no Médio: o seu financiamento. De acordo com<br />

os dados obtidos junto ao INEP, o mon tan te de<br />

recursos destinados ao financiamento desse nível<br />

de ensino tem oscilado. No ano de 2002, foram<br />

destinados 0,7% do PIB para seu finan cia mento.<br />

Esse valor supera os dos anos de 2000 e 2001, respectivamente,<br />

0,5% e 0,6% do PIB. Já em 2003,<br />

esse valor, embora, em números abso lu tos tenha<br />

sido superior a do ano de 2002, atin gin do mais de<br />

3,7 bilhões de reais, correspondeu a me nos de<br />

0,25% do PIB.<br />

Definir o valor do custo aluno no Ensino Mé -<br />

dio é uma tarefa difícil, uma vez que os pró prios<br />

dados disponibilizados pelo governo fede ral são<br />

desencontrados. De qual quer forma,<br />

é possível apontar que há oscilação<br />

des te valor, confir mando-se a inexis -<br />

tência de uma política na cio nal de<br />

for tale ci mento do financia men to do<br />

Ensino Médio.<br />

Uma escola de qualidade de man -<br />

da investimentos suficientes pa ra o<br />

pa gamento de bons salários aos pro -<br />

fissionais da educação, para a ma nu -<br />

tenção de bibliotecas, labora tórios,<br />

áreas de esportes, atividades culturais<br />

das mais diversas e tudo mais que é<br />

de mandado num pro ces so educativo<br />

orientado à formação do ser humano<br />

na sua integralidade (ZIBAS, 1993).<br />

A análise de dados do ENEM, feita abaixo, é<br />

uma das evidências de que, quando se garante às<br />

instituições públicas um bom nível de financia men -<br />

to e a contratação de profissionais com pe ten tes, o<br />

resultado positivo aparece. Nesse sen ti do, observase<br />

que existem no Brasil duas redes pú blicas total -<br />

mente distintas: a rede de escolas es ta duais e a de<br />

escolas federais. Aqui, digo que temos duas redes,<br />

não em virtude da dependência administrativa, mas<br />

em função do nível de finan ciamento e da qualidade<br />

da educação ofertada à população.<br />

Segundo os dados do Exame Nacional do<br />

En sino Médio (ENEM), o aproveitamento dos

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