29.05.2013 Views

Editorial - Andes-SN

Editorial - Andes-SN

Editorial - Andes-SN

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:28 Página 196<br />

Debates Contemporâneos<br />

A dominante juvenil é uma constante nos veí -<br />

culos de comunicação de massa, cuja finalidade é<br />

promover e estimular o consumo.<br />

Morin acentua também o fato de a transmissão<br />

de uma cultura de massa ser realizada por meio de<br />

um diálogo que envolve produção e consumo2 .<br />

Neste sentido, Edgar Morin parte da perspectiva<br />

de que o consumidor seria um expectador que so -<br />

mente teria o poder de escolher entre dizer sim ou<br />

não a respeito da aquisição de um determinado<br />

pro duto. Esta opinião é bastante semelhante à apre -<br />

sentada por Thompson (1995) sobre a pos tura do<br />

consumidor na hora de responder ao estí mulo do<br />

consumo. Segundo Thompson, a men sa gem chega,<br />

em mão única, do transmissor para o receptor.<br />

Diante das posições teóricas discutidas neste<br />

artigo, podemos ter a noção clara e consistente<br />

sobre o papel central adquirido pela comunicação<br />

de massa, em se tratando da mercantilização dos<br />

produtos e bens simbólicos que são trocados sis -<br />

te maticamente no mercado.<br />

A comunicação de massa possui esse papel<br />

central, graças à evolução e desenvolvimento tec -<br />

nológico constante nas indústrias da mídia. Por<br />

outro lado, esses meios sofrem pressões eco nô -<br />

micas e financeiras que os moldam de acordo com<br />

interesses particulares. Para Thompson:<br />

As indústrias da mídia, incluindo a difusão tele vi -<br />

siva, estão, presentemente, passando por grandes<br />

mudanças que estão tendo um impacto impor tan -<br />

te na natureza dos produtos da mídia e nos modos<br />

de sua produção e difusão. Essas mudanças são o<br />

re sul tado dos desenvolvimentos que ocorreram<br />

em dois níveis: no nível da economia política, e no<br />

ní vel da tecnologia. As indústrias da mídia nas so -<br />

cie dades ocidentais são, em muitos casos, organi -<br />

za ções comerciais ou quase-comerciais, operando<br />

num mercado competitivo e sujeitos a pressões fi -<br />

nanceiras de vários tipos; por isso, mudanças nas<br />

in dústrias da mídia são, até certo ponto, respostas<br />

a imperativos econômicos e pressões políticas que<br />

afetam essas indústrias enquanto interesses co -<br />

merciais (1995, p. 253).<br />

Sem este constante aperfeiçoamento e ex pan -<br />

são das indústrias da mídia, a cultura de massa<br />

196 - DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008<br />

não poderia atingir um grande número de consu -<br />

midores de forma ampla e geral, cuja finalidade<br />

bá sica é o consumo, na qualidade de comporta -<br />

mento e prática social. Por outro lado, o autor<br />

ob serva que a comunicação de massa é uma pro -<br />

dução institucionalizada e a difusão genera li za da<br />

de bens simbólicos.<br />

A mercantilização dos bens e dos conteúdos<br />

simbólicos é um fator fundamental para a trans -<br />

missão, difusão e promoção de tendências, dis -<br />

cursos e atos de consumo na sociedade atual. Esta<br />

mercantilização torna-se, cada vez mais, cultural -<br />

mente difundida e executada via os meios eletrô -<br />

nicos. Isto se traduz na força persuasiva da ima -<br />

gem, penetrando no imaginário do consumidor e<br />

provocando uma série de desejos e necessidades,<br />

com a finalidade única de vender um determinado<br />

produto anunciado 3 . Recorrendo a Guy<br />

Debord, este percebia que, na sociedade de consumo<br />

con temporânea, a imagem se apresentava<br />

no uni verso espetacular reificado das mercadorias.<br />

Portanto, o crescimento e a expansão da<br />

indústria cultural e da comunicação de massa se<br />

traduziram notoria mente nas modernas formas<br />

de transmissão mi diática. Na atualidade, vivemos<br />

e somos cons tan temente bombardeados por uma<br />

tônica con su mista em todos os meios de comunicação<br />

(TV, rá dio, jornal, internet etc.), que é fruto<br />

da expan são do consumo abarcando a sociedade.<br />

A cultura de consumo<br />

e seus reflexos na sociedade.<br />

É importante também observarmos as con -<br />

seqüências da cultura de consumo sobre a vi da so -<br />

cial. Para isso, partimos, como ponto inicial para o<br />

debate, de três concepções postas por Fea therstone<br />

(1995) acerca da natureza da cultura de consumo: a<br />

primeira, que a considera como decorrente da ex -<br />

pansão da produção de mer ca dorias na sociedade<br />

capitalista; a segunda, que a vê como um jogo “de<br />

soma zero”, que envolveria o acesso às merca -<br />

dorias e a satisfação de desejos, assim o consumo<br />

possibilitaria a criação de vín culos sociais ou o es -<br />

ta belecimento de dis ten sões; a terceira, que a de fi -<br />

ne como fonte de pra zeres para os indivíduos, tan -<br />

to do ponto de vista estéti co quanto físico.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!