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Editorial - Andes-SN

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US41:<strong>Andes</strong> 36 12/07/11 17:29 Página 205<br />

to para poder, a partir deles, discutir um pouco<br />

mais a qualidade e a pertinência desse cresci men -<br />

to, num momento no qual se coloca como funda -<br />

mental a conclusão da Educação Básica.<br />

No ano de 1992 havia no Brasil um pouco<br />

mais de 4,1 milhões de matrículas no Ensino Mé -<br />

dio e quinze anos depois, em 2006, estes números<br />

pularam para mais de 9,6 milhões. Esses<br />

dados são muito superiores às taxas de crescimento<br />

da população na faixa etária entre 15 e 17<br />

anos, faixa ideal para início e término do Ensino<br />

Médio. Pa ra se ter uma idéia do quanto o Ensino<br />

Médio cres ceu em proporções superiores ao<br />

crescimen to demográfico, a população brasileira<br />

cresceu, en tre 1991 e 2005, em torno de 25%. Já,<br />

entre os anos de 1990 e 2002, a população entre<br />

15 e 19 anos, cresceu 24%, enquanto as matrículas<br />

do En sino Médio, entre 1991 e 2002, um ano<br />

a me nos, tiveram um incremento de 130%.<br />

No âmbito da oferta de vagas nas diversas mo -<br />

dalidades da Educação Básica do sistema edu ca -<br />

cional brasileiro, o Ensino Médio também apre sen -<br />

ta-se como aquele que teve as maiores taxas de cres -<br />

ci mento. Entre 1991 e 2004, as ma trículas na Educa -<br />

ção infantil cresceram de 3,6 pa ra 6,9 mi lhões, re -<br />

presentando um crescimento de 90%. Mui to mais<br />

distante do crescimento do En si no Mé dio, foi o do<br />

Ensino Fundamental, com apenas 17%.<br />

Afirmar e comparar o crescimento do Ensino<br />

Médio em relação ao da população e às outras<br />

modalidades do ensino, não implica dizer que es -<br />

te crescimento tenha sido semelhante para a ini -<br />

ciativa privada e para as redes pú bli cas. A de -<br />

finição de ser o Ensino Mé dio uma<br />

respon sa bi li dade do poder pú blico<br />

es tadual determinou que, a par tir de<br />

1997, o incremento das matrículas nas<br />

escolas públicas ficasse restrito às<br />

ações dos go ver nos esta du ais, contra -<br />

riando um certo movi mento dos mu -<br />

ni cípios de expandirem as matrí cu las<br />

no Ensino Médio.<br />

Segundo os dados de vários cen -<br />

sos do INEP, as vagas do Ensino Mé -<br />

dio nas redes municipais, cresceram<br />

entre 1991 e 1998 na ordem de 80%.<br />

Afirmar e comparar<br />

o crescimento do Ensino<br />

Médio em relação ao da<br />

população e às outras<br />

modalidades do ensino,<br />

não implica dizer que<br />

este crescimento tenha<br />

sido semelhante para a<br />

ini ciativa privada e para<br />

as redes públicas.<br />

Debates Contemporâneos<br />

Já en tre os anos de 1998 e 2006, nessas redes, as<br />

matrículas decaíram em mais de 40%, atingindo<br />

um total mui to inferior ao ano de 1992. No ano<br />

de 2006, embora a rede privada tenha apre sen -<br />

tado um número de matrículas 13% maior do<br />

que em 1992, diminuiu sua participação na oferta<br />

na cional de vagas no Ensino Médio em cerca<br />

de 50%, ou seja, em 1992 a rede privada detinha<br />

cer ca de 27% do total das matrículas e, em 2006,<br />

essa sua participação restringia-se a apenas 12%.<br />

Se o Ensino Médio teve, como um todo, en tre<br />

os anos de 1991 e, 2006, um crescimento da or dem<br />

de 136%, as matrículas nas redes esta du ais cres ce -<br />

ram 206%, evidenciando o quanto elas são as ver -<br />

dadeiras responsáveis pela oferta pú bli ca do En si -<br />

no Médio. Desta forma, qualquer aná lise do En si -<br />

no Médio ministrado na rede pú blica deve se ba se -<br />

ar nos dados das escolas da rede esta dual, pois elas<br />

são responsáveis por um quan ti ta tivo de 85% de<br />

todas as matrículas a nível na cio nal e, 97% de to -<br />

das as matrículas das escolas da re de pública.<br />

Sendo fato notório e incontestável que os es -<br />

tu dantes das escolas privadas matriculados no<br />

En sino Médio apresentam melhor desempenho<br />

que os estudantes das escolas públicas estaduais,<br />

considero importante estabelecer relações de<br />

com paração entre essas duas redes de ensino, pa -<br />

ra tentar detectar fatores que são diretamente<br />

responsáveis pelas diferenças de rendimentos<br />

apre sentados por esses estudantes quando sub -<br />

me tidos a alguma avaliação. Reconheço que as<br />

con dições sócio-econômicas dessas clientelas<br />

têm um significado importante nessa compa ra -<br />

ção, mas não se pode des conhecer<br />

que as condi ções de oferta são fato -<br />

res fundamentais à análise do desem -<br />

penho desses alunos.<br />

No referente às condições de<br />

oferta dessas duas redes de ensino,<br />

ob serva-se que o quanti ta tivo de<br />

pro fessores nas redes estaduais cres -<br />

ceu substancialmente, pulando de<br />

157 mil em 1991, para mais de 370<br />

mil, em 2005. Nesse mesmo pe ríodo,<br />

a rede privada aumentou, de pouco<br />

mais de 78 mil, para cerca de 115 mil<br />

DF, ano XVII, nº 41, janeiro de 2008 - 205

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