Impacto Econômico da Reserva Legal Florestal Sobre ... - LERF - USP
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fosse investido ao longo de 30 anos, o custo anual seria de R$ 178 milhões, frente a um<br />
faturamento setorial de R$ 21,3 bilhões por ano, ou seja, pouco mais de 1%. Além disso,<br />
recor<strong>da</strong> que a área destina<strong>da</strong> à reserva legal pode ter utilização econômica mediante um<br />
plano de manejo, reduzindo as despesas com a recomposição <strong>da</strong> reserva legal a menos de<br />
0,5% <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> bruta do setor ao ano (GONÇALVES, 2006).<br />
Depreende-se, pela diferença nos números, que houve diferentes interpretações <strong>da</strong><br />
lei, já que Goldemberg faz seus cálculos baseado nas áreas em uso com lavouras.<br />
Calculados os 20% sobre a área total ocupa<strong>da</strong> pelas proprie<strong>da</strong>des rurais paulistas – como<br />
preconiza a lei, tem-se: i) segundo o censo agropecuário de 2006 (IBGE, 2006a), a área<br />
total ocupa<strong>da</strong> pelos estabelecimentos agropecuários do Estado de São Paulo estava<br />
próxima dos 16,7 milhões de hectares, o que implicaria em que 3,34 milhões de hectares<br />
deveriam ser destinados à reserva legal; ii) segundo <strong>da</strong>dos do censo <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de<br />
produção agropecuária do Estado de São Paulo, realizado pela CATI/IEA em 2007/08<br />
(SÃO PAULO, 2008), tais uni<strong>da</strong>des ocupavam uma área de 20,5 milhões de hectares, o<br />
que significa que 4,1 milhões de hectares deveriam ser alocados para reserva legal.<br />
Padilha Junior (2005), tratando do Paraná, analisa os efeitos sobre a<br />
disponibili<strong>da</strong>de de terras do Estado e sobre o valor bruto <strong>da</strong> produção. O autor centra o<br />
seu estudo sobre o impacto na agropecuária frente à efetivação <strong>da</strong> reserva legal florestal<br />
no Estado do Paraná, em um ambiente de risco. Analisa diferentes planos de produção<br />
para grandes regiões do Estado, e segundo ele, o impacto físico e imediato consistiria<br />
numa redução de 3,2 milhões de hectares na área <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des rurais paranaenses. Em<br />
termos monetários, considerando-se um Valor Bruto <strong>da</strong> Produção (VBP) médio real<br />
calculado de R$ 1.293,96 por hectare no ano de 2002, verificar-se-ia uma per<strong>da</strong> de R$<br />
3,93 bilhões por ano ou 19,4% do total do VBP real gerado pela agropecuária paranaense<br />
em 2002, fora o impacto multiplicador ao longo <strong>da</strong>s principais cadeias produtivas. Para<br />
permanecer no nível atual de produção, sob condições de neutrali<strong>da</strong>de de risco, os<br />
produtores teriam que assumir 25% a mais de risco no conjunto de suas ativi<strong>da</strong>des, ou<br />
alterar, de alguma forma, o seu plano de produção.<br />
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