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Revista_Black_Rocket_Ed5

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Seja lá quem fizera aquilo, fizera o veículo voar pelos ares, o que muito possivelmente salvara avida de Indara. Com areia entrando rapidamente pelo jato de ar, Indara saiu de lá empurrando as portasque pareciam com defeito. Chegou ao corredor e então ouviu o alerta geral e as luzes vermelhas deemergência acesas no alto da parede. Um alerta desses aparecia quando havia confrontos armadospesados, invasões, explosão do reator. As telas de sinalização estavam off-line. Indara procurou alguémpara pedir ajuda, mas os corredores estavam vazios.A cabeça doía, mas o corte parecia melhor. Já não sangrava mais. Apenas tinha um calombo nolugar. Continuou seguindo por corredores paralelos aos corredores centrais. Será que os terroristas tinhamexplodido a colônia? As seis pessoas que viu no corredor... Eram eles? Teriam coordenado oataque?Gritinhos finos e choro alto podiam ser ouvidos de onde ela estava. Voltou atrás alguns passos eseguiu um novo corredor que também estava vazio. Encontrou um homem caído no chão com umabala na testa. Sua camiseta dizia “Professor”. É claro... ela estava no bloco educacional de Tau 3.Conhecia aqueles corredores, mas com a iluminação vermelha tudo parecia diferente. Bisbilhotou ointerior. Os gritinhos aumentaram. Ela olhou de novo, mas dessa vez para baixo. Achou que estavaalucinando. Era seu irmão! Não! Seu menino, tão meigo, não podia estar ali!Indara abriu e fechou os olhos várias vezes. Não era seu irmão. Mas era um garotinho com orosto sujo de fuligem. Ele segurava um pequeno bicho de pano, também sujo. Atrás dele, três meninase mais um menino, todos amuados embaixo da pequena mesa de atividades. Olhando para o corredor,onde via os pés do professor morto, ela pensava se os terroristas não tiveram coragem de atirar emcrianças pequenas ou se foi porque eles não as viram.O garotinho a abraçou com força, soluçando. As quatro crianças fizeram o mesmo e Indara se viurodeada de bracinhos e soluços lacrimosos, que pediam pela mãe, pelo pai, pela avó. Estavam comtanto medo quanto ela, o que crianças pensariam do que estava acontecendo?Sem pensar muito, Indara pegou os cordões da parede. Quando o professor saía da escola comcrianças pequenas, ele usava cordões que prendiam umas nas outras e todas elas a outro cordão presono seu cinto. Assim podia se certificar que nenhuma delas se perderia. Indara, aos cinco anos, descobriracomo se soltar um daqueles cordões e começou a correr pela praça central de Tau 3. O pensamentoa encheu de saudosismo, por alguma razão.Com tudo pronto, cinto amarrado e crianças atreladas, Indara começou a se esgueirar para forado bloco educacional. Ouviu passos e fala apressada no final do corredor principal. Abaixada no mesmonível das crianças, viu soldados passando ligeiros de um lado para o outro. Sacos pretos eramlevados para algum lugar. Um deles se apressou em direção ao bloco educacional assim que Indaraescoltou os pequenos para um novo corredor à frente da posição dos soldados. Ainda teve tempo de verquando ele jogou uma granada dentro da sala de aula de onde ela acabara de sair. Fumaça e detritossaíram dela pouco depois.Mas o que estavam fazendo? O que os terroristas procuravam? O jeito era seguir para fora dosblocos administrativos e tentar entrar no civil para, quem saber, obter umas respostas. Certamente aguarda colonial estava aquartelada e recebia feridos e moradores. Não poderia usar a passarela, aprincipal passagem para os pedestres, tampouco as ruas abaixo dela. Usaria corredores de manutenção.Era mais seguro.Abraçou as crianças na penumbra quando viu que não tinha como fugir de um novo grupo delançadores de granadas. Não foram vistos. Crianças são espertas. Elas ficaram quietinhas, acatando asMAIS UM DIA GLORIOSO EM TAU CETI!101

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