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Revista_Black_Rocket_Ed5

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O itiano era alto e feio, além do que ela tinha imaginado ser possível. Era maior do que umser humano alto, por volta dos dois metros e pouco. Na verdade parecia um homem magro emusculoso, mas sem a pele. Todos os músculos, tendões e ossos ficavam horripilantemente à mostra,como um corpo dissecado.— Que os chacais devorem sua mão direita, deixando apenas a esquerda para se limpar ecomer! – gritou Lina, enquanto o monstruoso alienígena lhe aferrava com mãos fortíssimas.A bordo do grande caça itiano em forma de asa-delta, Lina foi despojada de tudo, inclusivesuas roupas, e amarrada em um aparelho que lhe prendia braços e pernas abertas. A mesma cordaelástica utilizada para capturá-la era usada como chicote para açoitá-la repetidas vezes nas articulações,nas mãos e nos pés. Sua mente registrava a dor apenas como uma informação, já que aprivação de água e o espancamento contínuo a tinham levado a ultrapassar seu limiar. Felizmentea absoluta falta de conhecimento entre as espécies evitava que os itianos conhecessem a fisiologiaterrestre. Assim o soldado não se dava conta de que a tortura estava sendo bastante ineficaz. Sesoubesse aplicar a dor nos pontos exatos...— O que vocês querem de mim, cães-demônios? Sequer entendem o que eu falo? Ahhhh!Que seus dejetos petrifiquem dentro do seu ventre! — gritava Lina para eles.Imaginava se a estavam castigando pela morte dos colegas ou se apenas era algum ritual cominimigos capturados. Sem dúvida não tinham qualquer intenção de interrogá-la. Saberiam falar ouentenderiam o linguajar humano? Quem sabe por quanto tempo os itianos tinham ficado à espreitada humanidade?Ao final de algum tempo, o itiano pareceu satisfeito com o espancamento e deixou a sala,sem fazer qualquer menção de desamarrá-la. Virou-se e foi, como se a tivesse esquecido.O tempo passou sem que pudesse ser medido por ela, que submergia cada vez mais em fasesde inconsciência.Finalmente acordou deitada em uma lisa prateleira metálica presa à parede de outra sala danave, bem menor. Deve ter sido drogada em algum momento, talvez por algum gás quando oalienígena a deixara sozinha. Por um momento ou dois perguntou-se se teria morrido e se estariaem uma câmara funerária. Pouco a pouco entendeu que estava em uma minúscula cela.As marcas do chicote eram recentes em seu corpo, o que indicava que não se passara muitotempo. Em seu braço havia uma agulha ligada a uma cânula de material elástico que se prendia aum frasco.Estava sendo alimentada!Lina somente conseguia ver que estava em uma tipo de laboratório ou sala de trabalho pequena.Uma mesa de proporções itianas ficava na sua frente.Livrou-se da agulha e abriu o frasco, curvando-se para se sentar na prateleira, já que a celaera pouco maior do que seria uma gavetão de morgue. Só que gavetas de morgue não possuem telasmetálicas... Provavelmente a nave onde estava era utilizada em missões científicas e a cela nãofosse mais do que um contendor de animais, de cobaias.Dentro do frasco havia um soro claro e adocicado, que Lina bebeu sem prazer. Antes tomouo cuidado de umedecer os lábios e a boca, terrivelmente rachados pela secura do deserto. Ao menosse sentia melhor por ter descansado e o líquido parecia bastante revigorante.68LEONARDO CARRION

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