A pequenaMarta CepoTATIANA RUIZPode um pequeno ser criado emlaboratório salvar seus criadores daganância dos poderosos que queremusá-lo como arma de guerra?Tatiana Ruiz é cidadã espanhola nascida noBrasil. Capista e atriz, descobriu na escrita oprazer da vida. Possui contos em livros comoInsanas... Elas matam, Steampink, Angelus,Piratas – Os senhores das águas sombrias,SOS – A maldição do Titanic e na Amazon,como Tricksters. Também é organizadora eco-organizadora em Steampink, EróticaSteampunk: Por trás da cortina de vapor, DeusEx Machina: Anjos e demônios na era do vapore SOS – A maldição do Titanic. Atualmentetrabalha em seu primeiro livro solo. Pode serencontrada no Twitter @LadyBigby ou peloe-mail taty.ruiz@gmail.com.104
— A pressão está aumentando. Nós vamos perdê-la.— Não! Nós não vamos não. — O suor escorria pela face do homem. — Prepare tudopara o parto.— Mas, doutor, nós não sabemos se ela está pronta ainda...— Teremos de arriscar. — O olhar do cientista dizia tudo e a jovem não teve outro remédioque aceitar.O som dos passos apressados de ambos se unia ao zumbido incessante das maquinas demonitoramento fazendo aumentar o desespero e a sensação de urgência.— Os sinais estão caindo.— Aumente a corrente! — A voz saiu cavernosa e irritada. Não era a primeira vez que faziamisso, por que sua assistente não podia fazer as coisas por si só uma vez, apenas uma vez que fosse,e deixá-lo trabalhar?— Mas foi o que fizemos da ultima vez. Aumentamos em cinquenta e fritamos o...— Então aumente em vinte e cinco, ou menos — interrompeu-a. — Pense um poucosozinha e deixe que me concentre!Ela parou assustada, com seus grandes olhos azuis piscando muito. Nunca tinha visto o chefedaquela maneira, e isso porque estava com ele havia mais de quatro anos. Conheceram-se quandoainda estudava, ele era seu professor, e Delina se encantara por suas pesquisas a respeito dereprodução celular, células-tronco, quimeras e principalmente, pode-se dizer, seu estudo sobreclonagem. Claro que era um assunto delicado e proibido, mas não é assim que tudo se torna maisdivertido? Lembrou como se sentira honrada com o convite para participar de um projeto ousadoque, se funcionasse, traria inúmeras glorias e abriria novos campos para a ciência.— O que está fazendo aí parada, menina? Temos pressa!O grito a despertou e fez com que derrubasse a prancheta. Mais do que depressa arecolheu do chão e fez o que lhe foi ordenado. Aumentou a carga de uma das enormes máquinaspresentes no quarto secreto e rezou. Era a única coisa que poderia fazer naquele momento,enquanto observava as mãos hábeis de seu acompanhante manejando o bisturi, e a peleartificial se abrindo à sua vontade. Esperava que daquela vez desse certo. Aquilo poderia sera salvação de ambos, poderia trazer fama e dinheiro, além de prêmios importantes e a realizaçãode um sonho. Nem conseguia imaginar como ele ficaria se falhasse outravez. Os segundos pareciam eternos e o som do maquinário insuportável.A impressão era de que aquele inferno de luzes pisca-piscas e barulhosdiversos jamais acabaria, mas de repente tudo cessou. Delina, que fecharaos olhos para rezar, arregalou-os em busca da expressão de seu companheirode trabalho, temendo pelo pior, e o que encontrou foi umhomem emocionado, com um ser que cabia na palma de suamão e emitia sons como os de um gato miando baixo. Estavaviva... Aquele choro era a prova. Estava viva! Os testesseriam incontáveis e com certeza aquela noite não dormiria,mas sentiu as lágrimas escorrerem pelas bochechasenquanto olhava para aquela criaturinha. Eraquase como se fosse sua... E de certa forma era.Sua e dele...www.revistablackrocket.net -105
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