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Revista_Black_Rocket_Ed5

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O convite para um encontro diplomático veio sem pressa e sequer cobrou uma resposta. O conselhogovernante Katel brigou entre si por dias, discutindo sobre o que fazer. Muitos queriam partirdiretamente para a guerra e lavar sua honra com sangue, mas as informações da inteligência deixarambem claro que a Terra havia realizado o impensável: criara uma armada e um sistema defensivo tão bomquanto o dos Katels. Na verdade havia a terrível suspeita que AS DÉCADAS de pilhagens fracas erecursos pífios tivessem enfraquecido a armada além do ponto em que poderiam sequer empatar em umcombate direto contra a Terra. Alguns poucos até levantaram a aterrorizante possibilidade de... derrota!Por fim decidiram seguir com o jogo e cobrir a aposta, querendo saber que raios de cartas oshumanos tinham nas mangas. Milhares de sondas exploradoras foram lançadas por todo o sistema Sol ecorreram para todos os cantos coletando o máximo de informação possível. O que apenas aumentou apreocupação do invasor, já que os humanos não moveram um dedo para impediR A ESPIONAGEM.Foi bem pior do que imaginavam. Não era um jogo de mentiras e não havia blefes dessa vez:aquela impressionante máquina de guerra era real, assustadora e pronta para dançar. Não restoualternativa senão engolir o orgulho, descer e conversar. O encontro diplomático aconteceu na mesmacidade onde tinham pousado séculos antes, mas dessa vez viram uma metrópoles gigantescainserida dentro de uma sociedade espacial. Dezenas de espécies alienígenas participaram da recepção,inclusive várias que tinham sido “visitadas” pelo Katels nas décadas anteriores, espécies quenaquela época sequer tinham condição de se sustentar. Os embaixadores tiveram que engolir seuódio e seguiram o protocolo, sendo cordiais e polidos.Mas não paravam de olhar em volta e admirar o enorme avanço dos humanos num período detempo tão curto. Perguntaram polidamente como isso tinha sido possível e obtiveram uma respostaeducada de seu anfitrião, um humano saudável e orgulhoso:— Oh, vocês querem dizer, como nos tornamos um império? Ora, na base da diplomacia ecolaboração, com muito esforço. Principalmente na parte do intercâmbio de experiências etecnologias. Nossos colegas de outros mundos nos forneceram seus avanços científicos e fomosjuntando um pouco daqui, outro pedaço dali, e voilá, aqui estamos!Mesmo para os padrões Katel era impossível engolir aquela conversa fiada, mas continuaramperguntando: e os humanos, o que tinham para trocar? Minérios, medicamentos, comida?— Não, não, toda a galáxia sabe que isso pode ser conseguido em qualquer lugar, basta umpouco de trabalho duro e honesto. Nossa contribuição foi cultural: ensinamos atuação artística,jogos de azar e principalmente estratégia MILITAR secular, nada demais. Incrível como algumaspessoas se contentam com pouco, sabem? Somente precisam ter bom gosto para apreciar isso. Eum mínimo de inteligência.E os humanos continuavam sorrindo educados e polidos, PASSEANDO ENTRE A MULTI-DÃO. Mas bastava os Katels SE AFASTAREM UM POUCO DAS PESSOAS para as risadassurgirem, às vezes contidas, outras abertas numa sonora gargalhada. Seguiram em frente desejandoque o chão daquela maldita rocha se abrisse e os engolisse, mas não tiveram tanta sorte, pelocontrário. A pá de cal definitiva foi a recepção preparada pelos humanos no maior parque do seuplaneta, o local onde um gigantesca estátua homenageava a Salvadora da Terra, a mulher queusando apenas palavras evitou a guerra, a escravidão e a decadência.A estátua refletia sua filosofia, imortalizando-a na imagem que ganhou o planeta logo após apartida dos Katels, mostrando não uma pose ousada e destemida contra o universo, mas sim umamulher simples com sua mão direita aberta próxima do rosto, soprando um singelo beijo de adeusdos lábios eternamente sorridentes.SE NÃO PODE VENCÊ-LOS...125

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