12.07.2015 Views

Revista_Black_Rocket_Ed5

Revista_Black_Rocket_Ed5

Revista_Black_Rocket_Ed5

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Espere, senhor Hermes, antes me diga quem era aquele outro, o que disse se chamar Melke.Ele fez uma expressão de estranheza e perguntou:— Melke?— Sim, pelo menos foi como ele disse se chamar.— Bom, não sei por que ele disse isso. Talvez esteja aceitando alcunhas agora. Mas eleé um judeu, um rei e um sumo sacerdote. Foi muito sábio e justo um dia, mas tornou-se umfanático e sua fé se corrompeu. Se sua curiosidade é tão forte, eis a fonte que melhor pode lheesclarecer.Ele retirou do embornal uma caneta de pena e escreveu algo na palma da mão de Tânia.Então deu um passo para trás. Começou a tornar-se etéreo.— E você? Quem é você? — Tânia ainda tentou perguntar.— Sou o três vezes grande — respondeu sorrindo, e sua voz soou distante e abafada.Ele desapareceu e Tânia se viu sozinha em casa de estranhos. As paredes do quarto eramrecobertas por um papel de parede esmaecido, com desenhos de flores. Havia uma cama, um guarda-roupa,uma cômoda e uma arca. Todos os móveis eram de madeira talhada, polida e envernizada.Tudo parecia antigo, porém muito bem conservado. Abriu o guarda-roupa com cuidado. As dobradiçasrangeram um pouco. Dentro havia roupas de homem. Vestiu um calção e uma camisa apenaspara ficar menos nua. Foi até a porta do quarto e abriu uma fresta. Ouviu alguém cantando, emfrancês. A voz era de mulher e o som era baixo, vinha de algum cômodo da casa. Saiu do quarto eseguiu pelo corredor. Chegou à sala de estar, a cantiga vinha da cozinha. Ali também havia muitosmóveis antigos, e toda a sorte de objetos de ornamentação, desde abajures até quadros nas paredes.De repente, percebeu que quem cantava estava vindo para a sala. Depressa se escondeu atrás de umsofá. Pela beirada viu uma senhora gorda levar uma pilha de roupas para um dos quartos. Saiu doesconderijo e foi até a cozinha.Em um varal na área de serviço havia alguns vestidos. Estavam todos úmidos, apenasum deles estava mais seco, molhado apenas nas bordas. Vestiu-o. Voltou para a sala, a chaveestava na fechadura da porta de entrada. Começou a virá-la, mas estava meio dura, forçou eouviu um forte estalo metálico, enquanto o ferrolho cedia. No quarto, a senhora parou decantar.Abriu a porta e a fechou atrás de si. Começou a descer as escadas e no fim do primeiro lanceouviu a porta se abrir lá em cima. Continuou descendo, mais próxima à parede, para evitar que avissem pelo vão da escadaria. No térreo, abriu a porta de incêndio. Viu o porteiro falando aointerfone. Ele a encarou, como se esperasse ela chegar por ali.O homem desligou o telefone e veio em sua direção, fazendo perguntas. Ela fez cara dedesentendida. Quando chegou perto, ele tentou segurá-la pelo pulso. Tânia aplicou-lhe uma chavede braço e em seguida uma gravata. Segurou-o até que ele apagasse. Deixou-o cair ao chão. Encontrouo interruptor que abria o portão e ganhou a rua, aliviada.84UBIRATAN PELETEIRO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!