Making of deSE NÃO PODEVENCÊ-LOS...ouCOMO FUNCIONA AMENTE PERTURBADADE UM ESCRITOR126
ENTÃO o editor te manda um e-mail assim: “Vamos lançar uma nova <strong>Black</strong> <strong>Rocket</strong> e queroque você escreva um conto para ela, topa?” Pergunta desnecessária, não é? E qual o tema? “Heroínas,mulheres que salvam o mundo, quero a sua visão, mostre a sua Ripley.” Beleza, algo diferente! Tôudentro, ‘bora escrever! E não se esqueça de perguntar qual é a data de entrega do conto, porquesempre tem uma data de entrega, e é claro que eu confundi tudo e entreguei com quatro dias deatraso, mas isso é outra história.O.k., tema na cabeça, minha Ripley... Claro que será FC, mas por que o Charles citou aRipley? Percebo que, na verdade, ele não citou a heroína mais durona dos filmes de FC, mas simum estereótipo, algo bem diferente. Ele me pediu a heroína como conhecemos, forte, lutadora, quevai lá e desce o cacete nos bandidos, se necessário explodindo o mundo para... salvar o mundo! Eapesar de amar a Ripley do fundo do coração, me senti incomodado. Justamente porque esse tipode heroína de ação é justamente sobre o que não quero escrever, pois todo mundo já escreveu algoassim.E se todo mundo já escreveu, qual a graça? Inovar, sair da zona de conforto, chutar o balde,surtar, isso sim é divertido! Então vou escrever sobre uma heroína diferente – mas diferente emquê? O que ela faz, quais seus poderes, quais seus desafios, o que a motiva? O que quero escrever?E principalmente, o que NÃO quero escrever?Daí pinta a dúvida e uma certa apreensão: sei o que não quero — mulheres duronasseminuas em roupas justas ou maiôs, voando por aí e chutando a bunda dos vilões — mas oque eu quero? Como será essa mulher diferente? Nessa hora, nada como contar com asamigas.Sim, escritores têm amigas e amigos, e não tive pudor algum em perguntar para elas –na verdade eu meio que implorei – sobre o que entendem por “heroína”, o que significaesse termo tão amplo. Não foi surpresa perceber que todas tinham visões diferentes entresi; o que importa é que foram quase unânimes em dizer o que não queriam: “Pelo-amor-dedeusescreve sobre uma MULHER, não sobre um cara para, no final, colocar uma mulherno lugar”. Tá ficando interessante...Porque é justamente isto o que acontece com a maioria das heroínas duronas seminuasem roupas justas ou maiôs: se você tira a mulher e “coloca” um homem no lugar, o quetemos? A mesmíssima história, sem tirar nem por. Aliás, para quem não sabe o papel deRipley, na verdade, foi escrito para ser interpretado por um homem, tá?Assim nada de gostosas turbinadas pulando por aí com roupas fetichistas.Que tal uma garota numa armadura? Ajuda a esconder a identidade, possocolocar um monte de poderes legais e... não, armadura é desculpa de escritorsem inspiração, coisa fácil – a menos que a armadura tenha uma funçãoreal no conto, é claro! (Escritores que criam personagens com armaduras:por favor, não me matem.) Minhas amigas disseram que nada devoar, “isso é muita viagem”. Mas é FC, voar é legal, adoropersonagens que voam... Superforça está fora, então?Chamas? Que tal telepatia? “Não de novo, a Jean Grey jáfaz isso, nem ouse fazer a heroína mudar de forma!”Droga, estou suando demais e nem tá quente hoje!Então vem o estalo: uma heroína ou um heróinão se define por seus poderes ou suas habilidades,www.revistablackrocket.net -127
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