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Revista_Black_Rocket_Ed5

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— Hein? — disse Gaspar, retirado de repente da sua concentração. — Acho que não —respondeu após um momento, voltando a olhar para a armadilha que montaram no local combinado.— Afinal, foram tantos! E eu já tinha prendido um bocado quando você entrou!— Não, eu estava falando depois que nós entramos para a categoria X.— Ah, sim! Aí não foram tantos. Na verdade foram poucos, só uma meia dúzia. Lembro donosso primeiro. Foi um velhote. Ele era estranho pacas! Parecia todo modelado feito um bonecode biscuit. Sabe-se lá que interferência cosmética eles vão inventar no futuro! Ele não era nemum pouco calvo, os cabelos, muito negros, a pele lisa como a de um bebê e os dentes maisbrancos que madrepérola. Andava ereto feito uma tábua, não tinha nem sinal de barriga oupneuzinhos. Mas tenho certeza que era um velhote, só pela expressão nos olhos dele. Eram azuiscomo o céu, num fundo mais branco que algodão. Não se via uma raia vermelha. Mas o olharsempre vem lá do fundo, e era olhar de velho. Isso aí eu acho que eles ainda não aprenderamcomo modelar.— O que você acha que foi feito dele?Gaspar olhou para ela, em dúvida. Parecia não entender seu interesse no assunto. Depois dealguns momentos, disse:— Acho que ele falou a verdade quando o prendemos. Devia mesmo ser um figurão daprópria polícia. Aquele punhado de ouro que ele nos ofereceu, caramba! Gostaria de ter tidoum jeito de ficar com aquilo! Mas não havia como. A mensagem que a chefia recebeu dofuturo devia ter falado do ouro também. Agora o que foi feito dele, tenho pra mim que deramum sumiço no velho. Cremaram o corpo e depois mandaram as cinzas pra a pré-história, sei lá!Nesses casos não é registrado boletim de ocorrência mesmo, foi faxina na própria casa, podeter certeza.Tânia não perguntou mais nada. Passou a prestar atenção no monitor do controle em suasmãos. Logo à frente, uma rede de contenção estava armada na forma de um paralelepípedo daaltura, largura e profundidade de um homem, com boa folga, caso o alvo fosse muito alto ou obeso.A rede era negra, mas apresentava uma fosforescência amarelada. Era de um modelo mais novo.Não precisava de suportes nem de motor de tração para se fechar sobre o alvo. Era modelávelatravés de controle remoto. Além da forma, as propriedades elásticas também podiam ser controladas.Quando o alvo chegasse, acionando-se a armadilha, a rede diminuiria de tamanho e se tornariamais rígida, prendendo-o.— E o alvo que está vindo aí, Tânia? — perguntou Gaspar. — Será que é outro figurãotrazendo ouro?— Logo vamos descobrir. Ele vem vindo — um vetor temporal inclinado apareceu no monitor,aproximando-se de uma marca que parecia o foco de uma mira. — Dez segundos. Nove, oito, sete,seis, cinco, quatro, três, dois... Agora!Não era necessário pressionar nenhum controle. O acionamento da rede era automático. Elatinha sensores que detectavam quando a armadilha devia ser acionada. Não havia outra forma, osreflexos humanos não seriam capazes de acionar a armadilha com a precisão necessária. Assim quea rede estabeleceu o bloqueio temporal, uma figura apareceu no seu interior. A rede se soltou,comprimindo-se e apertando o vulto, que caiu se debatendo feito um peixe. Seus movimentosforam diminuindo conforme a rede fazia o ajuste fino na imobilização. Por fim ele parou, exibindoapenas um leve tremor.TÂNIA E O TEMPO79

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