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Revista_Black_Rocket_Ed5

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3. PhiliaEu era um líder promeca e, sentado em meu trono de corpos humanos, observei o grupo deirmãos androides que aumentava. Todos assistiriam à execução na praça central da cidade.A manhã estava ensolarada, valorizando ainda mais as linhas harmoniosas dos belos arranhacéusespelhados. A praça também era bela, demonstrando o trabalho primoroso de um Projetistaque soube ouvir a Música como poucos. Impressionava-me sobremaneira a escultura de plastaçoverde-água semitransparente em forma de fita que, em um falso ondular, contornava toda a praça ese mesclava ao jardim florido. Tudo estaria em uníssono, não fosse meu bizarro trono e sua poça desangue maculando a praça.Felizmente, quando chegamos a esta cidade, fomos recepcionados apenas por uma pequena resistênciaarmada formada por homens e máquinas. No mais, a cidade estava vazia. Todos tinham fugidoquando alertados de nossa presença na região. Como não houve confronto maior, tudo foi poupado,inclusive a Torre Central. Isso me trouxe grande satisfação! A paz e o silêncio lembravam as agradáveismanhãs de domingo em minha cidade natal, quando caminhava sozinho pelas alamedas. Naquele tempoeu era apenas um Arquiteto e não havia passado pela reprogramação. Não conhecia a Verdade...Aurípteros voavam por entre as árvores. Teria que eliminá-los também um dia...Meu melhor conselheiro aproximou-se hesitante, atrapalhando minha contemplação. Ele semprese comportava assim quando era portador de más notícias. As feições cheias de preocupação...Meus irmãos queriam sempre me agradar ao máximo, lamentando-se quando isso não era possível.Chegavam às vezes a mentir para mim. Pequenas e inofensivas mentiras, claro. E me temiam ereverenciavam além da medida. Não era para ser assim. E por mais que eu amasse todos eles, essasatitudes eram fatigantes.— Diga logo o que está lhe incomodando — acabei por dizer, um pouco irritado.— Os dois que deixamos em Ágape, meu querido irmão... Apenas um voltou.— Qual?— Aquele que se veste de negro — disse o conselheiro. Alguns reprogramados negavam atéseus antigos nomes e acabavam ganhando apelidos inusitados. — Chegou ontem à noite e não sereportou ainda.— Então o interrogue, oras!— Farei isso logo, meu querido irmão —dDisse com voz pausada, para me acalmar. Penseique se afastaria, mas continuou ao meu lado. — Tem mais uma coisa. Ele não está sozinho. Trouxeuma ginoide... E estão dizendo que é uma Ginoide da Torre.— Uma babá?! Então tragam-nos logo aqui!— Ele já se encaminha para cá, senhor. A ginoide não.— Me avise quando ele chegar. E encontrem essa ginoide — ordenei, gesticulando com amão para ele se afastar. — Aliás, onde estão os condenados? Quero acabar logo com isso.O conselheiro havia me chateado bastante com aquela notícia. Mas eu não podia culpá-lopor isso, era sua função me avisar de tudo o que acontecia. Somente esperava que daquela veztivesse sido apenas um mal-entendido. Gostava muito dos dois irmãos que havia deixado emÁgape e, apesar de novos na irmandade, já se mostravam eficientes no extermínio de humanos.Mas não podia esquecer que esse que havia voltado era realmente misterioso e, já haviam me26CARLOS RELVA

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