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Revista_Black_Rocket_Ed5

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ancas no solo pareciam gotas de tinta ou chiclete amassado no asfalto. Lina comeu algo dasprovisões de emergência e subiu em um dos pilaretes para examiná-lo de cima e para ter uma visãopanorâmica dos demais. Em seu topo encontrou uma concavidade como uma panela, lisa, polida eperfeita demais para ser natural. De onde estava avistou iguais formas nos pilaretes próximos.O local começava a deixá-la apreensiva de uma maneira que não conseguia entender. Apesardisso continuou seguindo a direção apontada pelo instrumento localizador sem apressar o passo emais cautelosamente possível. Apenas o silêncio a acompanhava.Levaria ainda vários dias para alcançar as montanhas a pé, muito mais dias do que os disponíveispara sua sobrevivência pelo que restava de água.Com o sol alto, Lina tinha andado vários quilômetros naquele labirinto quando avistou oprimeiro pássaro parado sobre um dos pilaretes. Imediatamente parou atrás de uma das pilhas depedra para não ser tão obviamente visível pela criatura. Agora, olhando mais detidamente, conseguiaver que o animal era bastante distinto de um corvo terrestre. Na verdade talvez nem fosseum pássaro, já que se assemelhava mais a um réptil, como um pterodátilo em miniatura. Suacabeça não tinha nada semelhante ao dinossauro voador. Não era pontuda nem tinha o bicocaracterístico. Era cilíndrica e achatada no alto e, na extremidade de baixo, desciam algumasprotuberâncias moles como se fossem tentáculos de um polvo. Tinha olhos pequenos e prateadosnas laterais, perto do topo achatado. As asas, sim, eram o que davam a impressão de pterodátiloporque eram membranosas e se viam os ossos através de sua pele. O ser tinha ainda duas pernasterminadas em garras com aparência de serem muito fortes, com dois dedos desproporcionalmentegrandes e afiados – um para frente outro para trás, ladeados por dezenas de dedinhos comoraízes de uma samambaia.Lina decidiu avançar cautelosamente. Como a criatura somente a observasse sem esboçarqualquer reação, continuou seu caminho deixando o ser empoleirado no ninho. Deu-se conta deque começara a pensar nos pilaretes como ninhos. Talvez a ideia já estivesse permeando seu subconscientehavia mais tempo, especialmente pela forma côncava que existia no topo de cada um.Adiante, menos de cem metros após ter encontrado o primeiro pássaro, Lina tornou a encontráloempoleirado em outro pilarete, desta vez observando-a deliberadamente e meneando a cabeça aqualquer movimento que ela realizava. Na verdade não sabia se era o mesmo que mudara de lugarou se tratava de outro. Aparentemente poderia ser o mesmo. Preferia que fosse o mesmo. Destavez, o animal lançou-lhe olhares bastante belicosos, estendendo e contraindo os tentáculos quepoderiam ser sua boca. Talvez ela estivesse perto de filhotes da criatura. Conhecia diversas espéciesterrestres que não reagiam bem a animais estranhos próximo à cria. Resolveu dar a volta aoredor do pássaro para não provoca-lo.A ideia efetivamente não foi boa. Quando Lina começou a regressar e desviar, o pássarolevantou voo, circulando sobre sua cabeça em um diâmetro de dez metros enquanto emitia terríveissons agudos e vibrantes.Imediatamente houve uma revoada de pássaros que se levantavam de diversos ninhos aolongo de uma centena de metros, todos ecoando o mesmo chamado ensurdecedor em resposta aoprimeiro. Lina começou a correr, sem fazer mais observações.Enquanto corria disparada em linha reta na primeira direção em que pôde, sentiu a pedraatingi-la na panturrilha e caiu rolando no chão até colidir com um pilarete que sequer se mexeu.Como os pássaros conseguiam uma mira tão certeira?EL DESERTO E MIRALEJOS73

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