família e eu preciso proteger nossos títulos de nobreza.Tio e sobrinha mantinham o olhar fixo em algum ponto de DEUS.— A vida é assim, incontrolável como as manifestações do universo... E também tem todosaqueles custos com o processo forense... — o barão deu um longo e cansado suspiro. — Pation,coloque-a junto com os outros.O comandante escoltou a silenciosa menina para fora do salão.A nave interceptadora cortava velozmente o espaço. Se alguém na ponte de comando ousassequestionar a Comandante Salariel sobre o motivo de tanta urgência, ela informaria que eramordens do governo imperial e que as ordens do Império não podem ser postergadas. Jamais admitiriaa ansiedade sem fundamento que a tomara desde a festa de recepção ao Barão Malaty. Mesmosem provas, sentia que existia algo mais do que apenas fraude fiscal e suborno.A anomalia espacial já era visível nos monitores da ponte quando um dos controladores avisou:— Temos contato com o cruzador imperial.Imediatamente duas novas telas se abriram diante de Salariel. Na janela à direita, que exibiaa ordem de prisão, entrou com seus dados biométricos, liberou os códigos de controle do cruzadore depois transferiu esses códigos para a outra janela.— Estamos no controle do cruzador — informou. — Continuem o procedimento de abordagem.Vamos atracar no portão central. Só então transmitam o aviso de custódia e transferência decomando. — Salariel virou-se para seu segundo em comando — Tenente Talamy, seu grupo vaiassumir a ponte de comando. Eu liderarei o grupo que vai vistoriar a área de carga. Alguma dúvida?Não houve perguntas, apesar das dúvidas. Se a ordem era para prender o Barão Malaty emantê-lo em custódia até sua transferência para capital do império, então por que usar aquelemétodo de abordagem que somente era utilizado em caso de naves inimigas ou contrabandistas?Por que utilizar o portão central quando existia outro mais próximo à ponte? Por que vistoriar aárea de carga? Não obstante, as ordens foram seguidas à risca.Em trinta minutos o interceptador igualava a velocidade do cruzador. O túnel de polititâniofoi estendido, ligando as naves, e a equipe de abordagem invadiu o cruzador imperial. Nesseinstante a luz a bordo se tornou intensa, incomodando a visão dos tripulantes, e o alerta soou:— Atenção! Por ordem do Imperador Kiraly está nave está sob custódia do Comando daEstação Shah-day. Todos os tripulantes não essenciais devem retornar aos seus alojamentos atéordem em contrário. Repetindo. Atenção!...A equipe se dividiu e a Comandante Salariel liderou o grupo de cinco guardas armados quese dirigiu à área de armazenagem. Os tripulantes que eles encontraram pelo caminho pareciamaturdidos e protegiam os olhos com a mão espalmada. Rapidamente, eles davam passagem aosguardas de óculos escuros e rifles.No outro sentido, o grupo liderado pelo Tenente Talamy ocupava a ponte sem encontrar resistência.Na área de armazenagem, Salariel e seu grupo não deram atenção aos engradados e se dirigi-12AGUINALDO PERES
am diretamente para o portão de carga e descarga. No local encontraram o Barão Malaty e oCoronel Pation. Eles vistoriavam um contêiner com o brasão do clero de Ibadan que se encontravasobre os trilhos, pronto para o desembarque pelo portão aberto.— Por ordem do imperador! Afastem-se desse contêiner! — ordenou Salariel.Os dois hatolonianos se voltaram, eles também usavam óculos escuros.— Comandante Salariel, o que está acontecendo? — inquiriu o barão.— Temos ordem de retê-lo sob custódia — Salariel se adiantou. Os guardas se perfilaramatrás dela, rifle cruzando o peito.O barão encarou seu oficial e deu um passo à frente:— Com certeza essa ordem não passa de um equívoco, mesmo assim as decisões do Imperadorsão absolutas. Mas não vejo necessidade de reter toda a nave se suas ordens se referem apenasà minha pessoa. Eu me posto voluntariamente sob sua custódia. — O barão estendeu as duas mãoscom as palmas voltadas para cima em sinal de submissão.Salariel olhou para o barão e depois para o alto:— E esse contêiner...?O barão olhou por sobre o ombro. O engradado tinha duzentos metros de comprimento,cinquenta de largura e dez de altura e estava preso aos trilhos por indutores magnéticos.— Apenas artefatos científicos que serão usados pela Teocracia de Ibadan para analisar aanomalia. — Voltou a encarar a oficial. — Um acordo comercial muito importante para o Império.Suas ordens citam algum tipo de vistoria nesta nave?— Não. Mesmo assim, preciso vistoriar esse contêiner.Sem aviso, o projétil atravessou o peito do barão e atingiu o abdômen da comandante. Oimpacto a jogou para trás contra um engradado.Merda! Lamentava-se Lúcifer K. Ele fizera tudo certo. Habilmente, desligara o radiofarol eo motor da Vésper e, apenas com a inércia, se aproximara do cruzador imperial pelo túnel desombra, invisível e silencioso. Estava tão próximo ao casco do gigantesco cruzador que era imperceptívelao radar.E o maldito barão havia garantido que a nave patrulha não seria problema. Assuntos burocráticos,dissera ele. Lúcifer K deveria ter abandonado o contrato, seguido o instinto de sobrevivênciae não a ganância.Agora estava no meio de uma batalha entre hatolianos, encolhido entre dois engradados,ouvindo o silvo e o impacto dos projéteis. Então a iluminação mudou para uma cor alaranjada,sinal de que o procedimento para esterilização extrema do depósito havia se iniciado. Ordens deretirada foram dadas, os tiros diminuíram de intensidade.Quando a luta terminou, ele se esgueirou para fora do esconderijo. Sairia como entrara, pelaportinhola ao lado da escotilha de carga, pegaria sua nave e desapareceria por alguns anos, quemsabe mudaria de nome novamente. Mas antes...SHAH-DAY13
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