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Revista_Black_Rocket_Ed5

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Felizmente a primeira pedra era bastante pequena, como se o pássaro tivesse agarrado aprimeira coisa que aparecera. Sentada no chão examinou a perna e somente encontrou um hematoma,nada de mais grave exceto pela dor.Viu se aproximarem ao longe diversos pássaros carregados com pedras semelhantes àquelasque usara para enterrar o itiano. Lina recomeçou a correr e foi atingida de raspão mais duas vezespor pequenos cascalhos, mas sem cair. O problema é que os pássaros, Lina sabia, logo estariamchegando com as pedras maiores que demoravam mais para serem trazidas e ai não teria comoresistir. Enquanto corria sentiu novamente aquela forte dor no ventre e começou a correr em ziguezagueem sua agonia. Pensou imediatamente em Miralejos e sentiu que ele queria que corresse emzigue-zague como se tentasse escapar de atiradores. Percebeu que os pássaros começaram a errartodos os arremessos. Cada arremesso errado arrancava deles um grasnar decepcionado.Lina então entendeu que eles tinham uma pontaria mortalmente certeira desde que o objetoficasse estacionário ou mantivesse uma linha reta e velocidade contínua. Com um objeto que variassede velocidade e direção, a mira certeira tornava-se um transtorno porque os animais nãoconseguiam prever o local onde estaria o alvo. Não eram racionais como ela chegou a temer!Apenas dotados de um instinto ao qual não podiam resistir.A perseguição continuou por mais alguns metros e então os pássaros desistiram, lançandogritos enraivecidos para Lina. Ou desistiram porque não conseguiam acertá-la ou porque deixou olocal onde estavam filhotes. Ou por qualquer outro motivo. Ela apenas seguiu um pouco adiante eencostou-se em um pilarete, agradecida pela sorte.A corrida dos pássaros acabou tirando-a da direção que seguia para a base automática. Semdúvida correra sem parar por muitos metros. No mínimo quinze minutos de corrida para longe dasua rota, até que os pássaros desistissem. Sentou-se para descansar e bebeu o restante da águalivrando-se dos frascos. Dificilmente sobreviveria, mas a lembrança do sonho dava-lhe ânimo.Será que continha alguma verdade? Será que havia um Miralejos, um filho seu e de Sanchez sendogerado naquele instante em seu útero?Um som chamou-lhe de volta ao presente. Retirou a mão que estivera acariciando a barriga(e Miralejos) e pousou-a no cabo da pistola. Era o som de um veículo.Subiu em um dos ninhos e tentou ficar o menor possível em altura para não chamar qualqueratenção. O som tornara-se mais forte e em minutos pode ver ao longe um veículo se deslocando porentre os pilaretes, vindo da direção contrária à sua. Sem dúvida era um veículo itiano, um hoverque deslizava ruidosamente no solo rochoso. Podia distinguir duas formas em pé no veículo, doissoldados itianos com mais de dois metros cada. Vinham certamente com as armas em punho diretamentepara o ponto onde ela estava. Deviam ter alguma forma de localizá-la por calor ou outroequipamento, já que não seria possível tamanha coincidência naquele labirinto. Avaliou a sua posiçãoe percebeu que não teria nenhuma chance de defesa. Resolveu ousar.Desceu do pilarete e pôs-se a correr na direção oposta à que tomara, diretamente em direçãoaos pássaros atiradores e perpendicularmente ao avanço dos itianos. O veículo ainda se encontravalonge, mas teria que correr o mais rapidamente possível. Em silêncio perguntou se Miralejos estavacom ela, mas não obteve resposta. Teve certeza de que estava fazendo a coisa certa, de quesobreviveria apesar do plano arriscado.Percebeu que os itianos já a tinham visto quando se encontrava ainda a aproximadamente umquilômetro do local onde avistara os pássaros. Desta vez não correria em zigue-zague, mas sim em74LEONARDO CARRION

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