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Revista_Black_Rocket_Ed5

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— Oh, céus, como é bom vê-los! Sejam bem-vindos, bem-vindos! Vocês não fazem ideia decomo nós estamos felizes! Eu adoraria abraçá-los, mas não quero ser abusada, sem falar de umacontaminação acidental! Esse é o melhor dia da minha vida, da vida do mundo, da história doplaneta! Nós amamos vocês, amamos de verdade!O embaixador Katel inclinou sua enorme cabeça e, apesar da grande diferença entre as duasespécies, ficou clara a expressão de surpresa em seu rosto. Jackie não sabia se ele ouvira a parte da“contaminação” e decidira guardar essa carta para o futuro. O alienígena seguiu com o roteiro, avoz era baixa e contida, um fiapo de som traduzido pela máquina:— É um prazer termos nosso primeiro contato dessa maneira. Afirmo que sua espécie émuito cordial. Creio que seu governo central recebeu nosso ultimato. Você o representa?— Ah sim, nós recebemos! E nos rendemos, por favor! — O sorriso de Jackie não podia sermaior, ainda mais com a crescente expressão confusa dos alienígenas. O embaixador realmentenão sabia como proceder e acabou seguindo o manual de procedimentos sem perceber o que dizia:— Bem, em nome dos Katel, Soberana do Universo, aceito sua rendição. Ficamos satisfeitoscom o fim das hostilidades entre... — Nesse ponto calou-se, pois percebeu que não houvera hostilidadealguma e seguir o velho roteiro não era necessário. Piscou várias vezes e parou em silêncio,procurando achar as palavras corretas.Jackie não lhe deu um segundo de alívio e continuou o ataque.— Excelente, perfeito! Já podemos receber os suprimentos, a ajuda médica e as outras coisasque pedimos? O plano de evacuação para suas naves, podemos começar quando? Temos poucopara carregar, apenas nossa boca e barriga vazia. Mas não se preocupem; quando estiverem cheiase depois de um bom banho, vamos ser os melhores empregados de todos os tempos, você vão ver!Isso foi mais do que inesperado. Não apenas o embaixador mas também o grupo que o seguiaarregalou os olhos redondos o máximo que conseguiam, numa expressão tipicamente humana deespanto, o que ficou ainda mais claro pelo tom preocupado em sua voz, mesmo através do tradutor:— O que significa isso? Nossas mensagens foram claras, exigindo sua rendição, ou haveriaguerra entre nossos povos. Vocês se renderam, nós vencemos, nós ditamos o que vocês devemfazer, nós vencemos a guerra!Jackie quase, quase mesmo!, sentiu pena do pobre coitado à sua frente. Mas na guerra e noamor tudo é permitido, então continuou a encenação.— Sim, nós entendemos a situação e nos rendemos, com prazer! Inclusive vocês nem precisaramnos atacar, para que isso? Não temos exércitos nem naves nem mesmo armas, nós nos entregamos de bomgrado. Agora é a vez de vocês; como força superior e mais avançada, devem ajudar os derrotados, ou seja,devem nos dar comida, abrigo, roupas, ajuda médica, enfim, devem reconstruir o planeta inteiro!Demorou um longo minuto, exatos sessenta segundos, para que o embaixador conseguisse reagir.O Katel piscou os olhos várias vezes enquanto seus colegas logo atrás explodiram numa cacofonia desons, tão rápidos e confusos que a pobre máquina tradutora desistiu de funcionar. Um rápido gesto calouo grupo de invasores, e o embaixador se elevou, falando lentamente e muito, muito sério:— O quê?Jackie mordeu a língua quando nenhuma outra palavra veio após a pergunta desesperada.Revirou os olhos, colocou a melhor expressão aborrecida de seu arsenal no rosto e disse bemdevagar, como uma mãe falando com uma criança birrenta.122MARCELO JACINTO RIBEIRO

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