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Revista_Black_Rocket_Ed5

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sabe. Provavelmente teriam visto aquele grupo de pobres coitados pulando e gritando como loucos,talvez em desespero por ver seus salvadores partindo. Entretanto quem estava no solo viu apenas umaenorme, ruidosa e alucinada festa da vitória. Uma pequena mulher ruiva ria sem controle, beirando ahisteria, e era jogada para o alto, beijada, abraçada e celebrada como a verdadeira salvadora da Terra.Demoraram uns bons dois séculos para que os Katels voltassem a ouvir falar daquele planetinhasujo e miserável do qual escaparam tão alegremente. Na verdade, foi durante a interceptação de umsinal de comunicação entre duas espécies que comentavam a estratégia humana para se livrar doinvasor implacável sem um único tiro.Os ditos invasores ficaram confusos e coçaram a cabeça grande, querendo saber do quediabos estavam falando. Foram os Altigrons, uma raça menor que vivia bem na ponta do braço deSagitário, que deram com a língua nos bicos córneos e entregaram todo o jogo, quando a invasãochegou e não conseguiram encenar direito o golpe. Isso explicava porque no último século cruzaramcom várias espécies falidas e doentes que imploravam por ajuda. Isso deixou os Katels furiosose envergonhados para diabo.Houve uma discussão acalorada sobre se deviam reverter o curso e pilhar um por um ossafados mentirosos que os tinham enganados, mas por fim venceu a determinação de ir direto àfonte da humilhação e acabar logo com a brincadeira, deixando bem claro o que acontece comespertinhos. O problema era que tinham um longo caminho pela frente e seus recursos estavambem limitados por causa da falta de pilhagem decente. Mas nada estimula mais um gigante envergonhadodo que o desejo de vingança.A rota direta foi traçada, os motores foram ativados e os Katels meteram o pé bem fundo noacelerador, direto para a lição mais dura que iriam aplicar desde... Bem, ninguém conseguiu selembrar de algo parecido em milhões de anos de história! A fúria dos Katels era tão grande que foium milagre toda a espécie não ter morrido de úlcera gástrica, se é que podiam ter algo assim.Demorou cinquenta e três anos para alcançar o alvo. Chegaram sem qualquer sutileza, declarandoguerra e deixando bem claro que rendição não era uma alternativa sequer cogitada. Os problemas começaramquando a primeira leva de naves (o mesmo grupo batedor que fora enganado e humilhado tantotempo antes) retornou para o corpo principal da armada muito mais cedo do que imaginavam – e pior,com terríveis notícias. Os humanos tinham aproveitado muito bem o tempo e souberam se preparar paraum possível retorno dos Katels ou mesmo um ataque de outra espécie de invasores. Seus relatóriospreliminares não foram nem um pouco animadores e causou uma verdadeira onda de choque quando“sugeriram fortemente” um contato diplomático com a Terra antes de iniciar hostilidades.Quando a grande nave-capitânia cautelosamente adentrou o sistema Sol, foi escoltada porcentenas de couraçados terrestres, cada um deles no mesmo nível dos saqueadores Katel, reluzentes,poderosos e com seus armamentos bem a mostra. A cada planeta que cruzavam rumo à Terra,passavam por milhares de fortalezas defensivas com incontáveis canhões de todos os tipos, prontospara brincar, sem falar dos enxames intermináveis de naves menores, tão ágeis e velozes quesequem podiam ser acompanhadas pelos artilheiros. Mas o pior mesmo foi o satélite terrestre, umainexpugnável esfera defensiva com dois gigantescos postos de batalha localizados em cada polo,estaleiros e portos cruzando todo seu equador e um número incalculável de baterias de mísseis. OsKatels não suavam, mas quase desenvolveram essa habilidade num curto espaço de tempo.124MARCELO JACINTO RIBEIRO

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