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Operação? Que operação?— A gangrena em suas pernas está aumentando, e os médicos decidiram amputá-las. — Aenfermeira explicou, como se tivesse ouvido a pergunta.O quê?!? De jeito nenhum!— Creio que você não gostou da ideia, mas o que pode fazer para impedir?A enfermeira riu e saiu.É isso, tenho que sair daqui! Imediatamente, começou a planejar uma rota de escape. Masprimeiro tinha de saber se realmente podia mover objetos com a mente.Forçou os olhos para o lado até enxergar a seringa que aquela sádica tinha deixado. Começoua se concentrar, instintivamente se lembrando dos pensamentos necessários. A sensação surgiu,mas modulada... sob controle.A seringa começou a levitar no ar.Se pudesse falar, Renata teria dado um grito de alegria.Com a presença do poder e sua capacidade de controla-lo confirmadas, embora a últimaapenas aparentemente, definiu sua linha de ação.É agora ou nunca. Cuidadosamente, começou a levantar a cabeça e o tronco, até queestivesse sentada. Sentia uma pressão nos ombros, como mãos invisíveis. O lençol foi lançado nochão sem que ninguém o tocasse. Suas pernas foram puxadas para o lado direito e a força do puxãofez que ela caísse, a cabeça para fora do leito.Isso vai dar dor no pescoço, pensou cinicamente.Novamente se colocou sentada. Respirou fundo e se concentrou.Levantou e começou a andar, ou melhor, a fazer uma paródia desse movimento, similar ade um fantoche.Agora sei como Pinóquio se sentiu.“Caminhando” lentamente até a porta, usou sua telecinese para abri-la... e olharpara o nada.Não para um corredor de hospital, não para um beco, não para um terreno baldio... maspara o nada. Apenas uma silenciosa escuridão infinita.O choque causado por aquela escuridão impossível fez com que perdesse a coordenação ecaísse sem cerimônias no chão do quarto.Onde... eu... estou...?Sentiu algo grudento no chão, onde sua mão direita tinha caído.... Algo vermelho-escuro...Sangue.Mas não seu sangue. Ele brotava do chão, ou melhor, o chão se transformava numa películade sangue em coagulação.Em pânico, Renata usou sua telecinese para se jogar do outro lado da sala, batendo o corpode mau jeito numa das paredes. Isso não pode ser real, implorava em silêncio. De repente, umamão saiu da parede, estrangulando-a por trás.A SÍNDROME DO APRISIONAMENTO E A FÊNIX53