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Revista_Black_Rocket_Ed5

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Fazendo o mínimo barulho possível, já que desconhecia a capacidade auditiva ou os equipamentosdos inimigos, Lina arrastou-se como uma cobra pelo chão de pedregulhos afiados, ferindoas mãos sem largar sua arma. Sacudiu uma pedra chata para fora do afloramento, no que esperavaser uma crível representação de sua cabeça. Não houve nenhum tiro e, com as entranhas endurecidaspelo medo, colocou cautelosamente o rosto ao desabrigo, tentando ver a posição dos itianos.Achou que nada se movia no local de onde tinham partido os tiros. Os corpos dos alienígenasmortos ainda permaneciam no local onde foram abatidos, visíveis como sombras sobre a areiaclara. Considerou jogar-se do afloramento para baixo, como se a areia fofa fosse uma piscina.Tentaria usar as armas itianas caídas próximas aos corpos e, acaso a sorte estivesse ao seu lado,obter provisões de água que levavam os soldados mortos.A possibilidade de a queda de oito ou dez metros ser fatal, especialmente se caísse em umlocal onde a camada de areia fofa cobrisse escassamente as pedras pontiagudas da região não erarelevante, uma vez que permanecer naquele lugar era morte certa.Uma hora se passou sem que pudesse localizar qualquer dos atacantes e seus nervos começavama deixá-la cada vez em pior estado. Sem pensar mais, tomou impulso e lançou-se pela bordado afloramento rochoso em direção à areia abaixo.A queda pareceu se dar em câmera lenta. Lina se tornou consciente de tudo que sua visãoabarcava naquele segundo. A luminescência das luas estranhas do planeta, refletindo Carina-1469com sua cor acobreada, a paisagem árida de tons escurecidos do Deserto de Miralejos e, até mesmo,as marcas negras das descargas de energia das pistolas nas pedras, com seu cheiro de ozônio.Caiu sobre a areia como tinha aprendido durante a instrução militar, com as pernas fechadase pés cruzados, deixando-as prontas para se dobrarem e com o corpo criarem uma forma arredondada,chocando com o solo primeiro os pés, lateral da perna e coxa direita, passando o impactopelos quadris e pelas costas para a esquerda em direção ao ombro esquerdo, encostando o queixoao peito. Rolou alguns metros nesta posição ignorando a dor da batida e deixando a força dochoque ser amortecida pelo atrito até que parou, suficientemente inteira, atrás de um dos mortos.Não houve qualquer descarga dos soldados contra ela!Apressou-se em revistar os cadáveres, usando-os como escudos interpostos na direção emque acreditava se encontrassem os outros. Achou finalmente as pistolas de energia e cantis, quecontinham aproximadamente dois litros de líquido cada. Tinha quase certeza de que o conteúdodos cantis seria adequado para humanos também. A vida parecia sorrir-lhe!Sua posição, porém, era altamente vulnerável como tinha sido antes a dos itianos agora mortos.Foi arrastando-se de barriga para baixo em direção a algumas rochas que surgiam da areiaclara mais à frente e colocou-se de costas contra elas. Suspirou, mal acreditando que tivesse sidotão fácil. Os soldados deviam ter abandonado a posição! Incrível !Neste momento ouviu o barulho de um látego, e algo vindo da direita cruzou-lhe à frente emalta velocidade, apertando sua garganta e fazendo-a bater a cabeça contra as pedras. Inutilmentetentou retirar a corda que a sufocava com ambas as mãos, inutilmente. Estava perdida.EL DESERTO E MIRALEJOS67

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