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Revista_Black_Rocket_Ed5

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tre-lhe apenas aparências e simulações”. Há outra, ainda melhor: “A melhor vitória é a que acontecesem necessidade de combate”. Não é realmente lindo?Dezenas se entreolharam confusos e questionavam secretamente a sanidade da jovem, quesorria alegre. O burburinho descontente logo surgiu e foi crescendo com certa velocidade, até serinterrompido pelo presidente do conselho. Ele nem tentou esconder a raiva:— Sabemos as histórias de sua família, senõrita Hawker, e de como ela serviu à Inglaterra eao seu povo por gerações, desde o tempo do Império. Não acha que os seus antepassados estão serevirando no túmulo?Novamente Jaqueline ignorou a provocação.— Sim, eu sei, é difícil de assimilar depois de tanto tempo pensando na glória do combate.Também foi complicado para mim, entender essa lição. Na verdade, foi um insight que tive ao ouviras transcrições do embaixador Pis’krit pela milionésima vez, acho. Foi quando perguntamos como osKatels tratavam seus adversários derrotados; afinal de contas, esse é nosso destino de qualquer jeito.— Ele foi bem específico nesse ponto — continuou Jackie —, garantindo com todas as letras egestos de sua tromba preênsil: o invasor tem um elevado código de honra, que exige respeito com oadversário caído, os civis são poupados e na medida do possível até recebem algum tipo de auxílio,no caso comprovado de danos causados durante a batalha. Não há extermínios, roubos, humilhações,vandalismos; em suma, eles são uns lordes que se contentam em chutar a porta da sala, sentar emnosso sofá e comer tudo da despensa enquanto assistem esportes na holotela, antes de cair fora e fazero mesmo com o próximo vizinho. Mas tudo com muito respeito e civilização! Não é lindo?— O.k., agora tenho absoluta certeza de que você enlouqueceu mesmo! Quer um calmante?Dos fortes, é claro. — A fala do representante americano gerou poucos risos, menos do que Jackieesperava, sinal de que estava indo bem. Continuou ignorando a todos e falou com mais ênfase.— Foi nesse instante que tudo fez sentido, como peças de um quebra-cabeça que se encaixam pormágica. Lutar é inútil, todos que fizeram isso perderam; fugir ou render-se é inútil, já que perderemos oplaneta de mesmo jeito. Sim, eu sei, falei que devemos nos render, mas ainda não disse COMO fazerisso. E justamente nesse ponto está a chave não apenas da sobrevivência, mas da vitória! Os Katelspodem ser os fodões do universo com sua armada invencível, mas eles tem um terrível ponto fraco, quevamos explorar sem pena, que vai fazê-los fugir da Terra como o diabo foge da cruz, com o rabo entreas pernas. Eles são uma espécie honrada e civilizada, bem diferente de nós, humanos.Jackie se preparou para o grand finale.— Pois enquanto eles seguem as regras e jogam bonitinho, nós vamos fazer o que a espéciehumana faz melhor: vamos mentir, enganar, dissimular e trapacear miseravelmente, vamos serfalsos e sujos, tão baixos que teremos vergonha de nos encarar no espelho pelo próximo século,mas vamos vencer e chutá-los pAra fora da Terra!Stanton viu quando várias pessoas tiveram um estalo e entenderam a proposta maluca, sorrindode orelha a orelha. Foi como um rastilho de pólvora, que quando aceso segue implacável atéa explosão final. Agora os risos eram mais baixos e lentos, claramente sádicos. O presidente doconselho encarava os britânicos com um olhar curioso, ao que Jaqueline respondia em silêncio,rígida e severa. Foi o representante alemão quem quebrou o silêncio:— Essa ideia absurda e sem honra... Que tal mais detalhes?Jackie relaxou e sorriu alegremente, com um brilho maldoso no rosto.SE NÃO PODE VENCÊ-LOS...119

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