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TÍTULO DA HORA COM MUITAS LINHAS!<br />
compasso, o do samba, a cadência de quem caminha pela<br />
cidade com cautela, prestando atenção em tudo, e quase sempre<br />
olhando para trás, e portanto, acaba “indo mais devagar”.<br />
A genialidade de Adoniran talvez esteja no ato de<br />
descortinar as tristezas dos menos favorecidos da cidade e fazêlos<br />
rir delas ao mesmo tempo. Simplório<br />
Conformismo e resignação ou orgulho?<br />
É possível reconhecer nas músicas de Adoniran outra<br />
imagem da cidade de São Paulo, bem como do público com o<br />
qual se identificava, justamente a camada mais popular, que<br />
embora sofresse o processo de modernização então em curso<br />
ainda apresentava características simples.<br />
A cidade que Adoniran narrava passava por muitos<br />
problemas decorrentes do desenvolvimento urbano desigual.<br />
Dentro deste cenário também havia espaço para a denúncia e<br />
para os temas ligados ao trabalho e à habitação, destacados em<br />
canções como “Saudosa Maloca” de 1955, “Abrigo de<br />
Vagabundo” datado de 1959, entre tantas outras.<br />
As composições de Adoniran, tanto as musicadas como as<br />
radiopeças, caracterizadas muitas vezes por seu viés<br />
tragicômico, apresentam um discurso não tão ufanista,<br />
mostrando as contrariedades e consequências decorrentes do<br />
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