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TÍTULO DA HORA COM MUITAS LINHAS!<br />
Eu frequentava muito por aqui. Restaurantes,<br />
bilhares, namoradas, tudo aqui. Puxa vida, me dá<br />
uma saudade de uma porção de coisas que não<br />
existem mais. Eu passo e sinto um negócio em mim,<br />
não dá nem pra explicar. A praça da Sé ficou linda,<br />
agora ela é madame. Mas quando era menina pobre<br />
era mais gostoso vir aqui e conversar com ela.<br />
(BARBOSA, 1978, apud CAMPOS JUNIOR, 2010. P.<br />
51218).<br />
Adoniran, assim como tantos ouros habitantes da<br />
metrópole e frequentadores do centro de São Paulo estabeleceu<br />
vínculos com lugares específicos, e alguns desses laços eram<br />
transformados em crônicas por ele. Quando Adoniran Barbosa<br />
compõe “Praça da Sé”, estava deveras transtornado com as<br />
mudanças que haviam sido realizadas em sua tão querida<br />
praça.<br />
As remodelações na Praça fizeram com que ela se tornasse<br />
mais condizente com demais transformações na cidade,<br />
buscando sempre se modernizar. As obras da estação do metrô<br />
fizeram com que a Praça também se modificasse no seu<br />
subterrâneo, e nesse sentido, fazendo com que ela ficasse<br />
“bonita por baixo”.<br />
Ao dizer que a Praça agora era “madame” 19 , cheia de<br />
requinte e beleza dá ao local características humanizadas, ou<br />
18 Grifo da autora.<br />
19 A expressão “madame” é de origem francesa e significa “senhora”.<br />
No contexto da canção faz referência modo como eram tratadas as senhoras<br />
de alta classe social.<br />
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