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sinfonia paulistana: uma imagem do progresso<br />
(2000) ainda destaca que a ligação da música popular urbana<br />
com as rádios paulistanas era muito forte e proveitosa para<br />
ambos os lados. Nesse sentido, Moraes (2000) destaca:<br />
A preferência pela música nacional nesses<br />
programas se explica, porque era nesse momento<br />
que o cidadão comum podia ver ou rever de perto<br />
seus ídolos, cantores ou cantoras, interpretando<br />
suas canções favoritas. (MORAES, 2000. P. 79)<br />
Dentro desse contexto de popularização do rádio e de seu<br />
diversificado conteúdo, Moraes (2000) cita a figura de Mário de<br />
Andrade, principalmente no período em que o mesmo esteve a<br />
frente do Departamento de Cultura de São Paulo no final dos<br />
anos 1930 e início dos anos 40. Moraes (2000) ainda relata a<br />
respeito de um “[...] menosprezo de Mário de Andrade pela<br />
música “popular” produzida e divulgada na grande cidade<br />
pelos aparelhos eletrônicos, qualificada de inferior e sem<br />
importância [...]”; o que pode levar a considerações sobre o<br />
modo como a música popular era vista na cidade por<br />
determinado grupo da “elite intelectual”. Mário de Andrade<br />
defendia questões relacionadas à uma música popular que fosse<br />
de fato “nacional” e estivesse relacionada ao “folclore”, e não<br />
concordava com as canções popularmente difundidas pelos<br />
rádios, e acabava por apresentar uma postura que parecia “[...]<br />
menosprezar a música urbana e seu ambiente[...]” (MORAES,<br />
2000. P.110) e valorizava certos artistas escolhidos<br />
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