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dissertação parcial r1 11042018 formatacao igor rev02

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TÍTULO DA HORA COM MUITAS LINHAS!<br />

local: “[...] Mas não vá sozinho, meu senhor/ Que o senhor vai se<br />

perder [...]”. Ao demonstrar que sente falta de outros elementos,<br />

como o relógio, de o barulho do bonde, os engraxates, ou de<br />

ações recorrentes no local, como a fuga dos vendedores<br />

ambulantes da polícia, Adoniran deixa clara uma relação<br />

afetiva com o lugar Além disso, a enumeração de tantos<br />

elementos, aparentemente sem importância perante o progresso<br />

da cidade, só reforçam ainda mais a ideia que são de fato<br />

relevantes para quem frequenta o espaço, dando mais peso<br />

ainda aos fatores humanos da praça.<br />

Não se trata de um sentimento de do que é novo, de não<br />

querer ou não aceitar as mudanças. 20 Talvez se trate, antes de<br />

qualquer coisa, do receio de não ser capaz de reagir<br />

positivamente às alterações, de perder-se no meio de todas elas,<br />

além de não ser capaz de reconhecer-se a si próprio perante<br />

tantas mudanças. Supõe-se que o medo das transformações na<br />

cidade pode estar relacionado ao medo de mudanças das<br />

pessoas e de si mesmo, dentro de uma lógica de perda de<br />

referências. Talvez seja aí esteja a origem o medo do novo e do<br />

desconhecido: trata-se do receio dele mesmo – de Adoniran e<br />

de todo sujeito que habita a metrópole - ser esquecido. Encarar<br />

que a cidade estava em transformação era de certa maneira,<br />

aceitar que a sociedade também estava. E com questões sociais<br />

20 VER ANEXOS II SOBRE A RELAÇÃO COM SIMMEL.<br />

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