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alternativo de compreensão cultural. No presente trabalho, a<br />
música não é tomada como resposta para as situações urbanas<br />
diversas às quais o compositor está predisposto, mas sim agem<br />
em uma via de mão dupla, onde a cidade influencia as canções<br />
e as canções por sua vez repercutem no espaço urbano.<br />
Trata-se de uma documentação muito rica e pouco<br />
explorada pela análise histórica, com grande<br />
potencial para a revelação do cotidiano, das<br />
sensibilidades e das paixões, como algo que, todos<br />
os dias, penetra pelos ouvidos e está na boca de<br />
todos. (MATOS, 1999. P.32)<br />
Para discorrer sobre uma prática cultural não atual<br />
se faz necessário compreender brevemente algumas<br />
questões relacionadas à história cultural. A história<br />
cultural tem seu embasamento relacionado com<br />
ícones referentes a um imaginário social, e nesse<br />
sentido a história cultural trata de abordar temas da<br />
historiografia já analisados por outras perspectivas,<br />
porém com um enfoque maior justamente nas<br />
relações culturais. Segundo Sandra J. Pesavento<br />
(1995) pensando história cultural como uma relação<br />
de práticas sociais e representações das mesmas,<br />
essas representações atuam na construção de um<br />
sentido, de uma leitura, partindo do pressuposto<br />
que essas representações são constituintes de uma<br />
realidade. Quando existem símbolos resultantes de<br />
uma manifestação coletiva, tem-se a formação de<br />
um imaginário social.<br />
O presente trabalho entende que música popular é uma<br />
prática cultural, e que analisar as relações dela com a cidade<br />
seria uma maneira de analisar a história cultural de São Paulo.<br />
De alguma maneira os estudos sobre música popular tendem a<br />
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