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5. Ela não possui meios para resolver conflitos

internos.

6. As comunicações (e idéias criativas) são bloqueadas

ou distorcidas por causa das divisões

hierárqui'cas.

7. Os recursos humanos não são plenamente utilizados

por causa da desconfiança, do medo

de represálias etc.

B. Ela não assimila as novas tecnologias adotadas

pela organização.

9. Ela modifica a personalidade das pessoas que

se tornam obtusas, limitadas e obscuras: o

"homem organizacional" 63 condicionado.

As organizações burocráticas - desde os leviatãs

de produção em massa até as indústrias de serviços,

como as universidades ou hospitais - são unidades

complexas destinadas a alcançar objetivos. Para sobreviver,

a organização burocrática deve cumprir

também tarefas secundárias, como: 64

1. Manter o sistema interno e integrar o "lado

humano da empresa" (organização informal)

- um processo de concordância mútua denominado

"reciprocidade".

2. Adaptar-se e moldar-se ao ambiente externo

("adaptabilidade").

Esses dois dilemas organizacionais mostram os

meios pelos quais a burocracia pode ser alterada.

A burocracia é um processo essencialmente conservador

e contrário à inovação (segundo Michels e

Von Mises): o burocrata comporta-se como um indivíduo

ritualista, apegado a regras, e voltado para

o "deslocamento de objetivos" (segundo Merton).

Embora a burocracia tenha representado uma resposta

adequada às condições do século XIX, ela

está sendo levada ao desaparecimento por novas e

diferentes condições do moderno mundo industrializado.

Bennis sintetiza essas condições em quatro

ameaças impostas à burocracia: 65

1. Transformações rápidas e inesperadas do ambiente.

2. Aumento de tamanho organizacional, onde o

simples acréscimo das atividades tradicionais

CAPíTULO 11 • Modelo Burocrático de Organização 279

não é suficiente para sustentar o seu crescimento.

Daí, a reengenharia.

3. Crescente complexidade da tecnologia moderna,

exigindo integração entre atividades e

pessoas especializadas e de competências diferentes.

4. Mudanças radicais no comportamento administrativo

e na filosofia dos negócios, impondo

a necessidade de maior flexibilidade da organização.

Kast e Rosenzweig 66 salientam que o caminho

moderno consiste em utilizar o modelo burocrático

de Weber como ponto de partida, mas reconhecendo

as suas limitações e conseqüências disfuncionais.

O ponto de vista que prevalece indica que:

1. A forma burocrática é mais apropriada para

atividades rotineiras e repetitivas da organização

em que a eficiência e a produtividade

constituem o objetivo mais importante;

2. A forma burocrática não é adequada às organizações

flexíveis que se vêem à frente de atividades

não rotineiras, em que a criatividade e

a inovação são mais importantes.

4. Abordagem de sistema fechado

Gouldner divisou dois modelos fundamentais de

organizações complexas: 67

1. O modelo "racional" de organização que adota

a lógica de sistema fechado, em busca de

certeza e previsão exata, como na Administração

Científica de Taylor, Teoria Clássica de

Fayol e Teoria da Burocracia de Weber;

2. O modelo "natural" de organização que adota

uma lógica de sistema aberto, na expectativa da

incerteza, uma vez que o sistema contém mais

variáveis do que somos capazes de compreender,

estando algumas delas sujeitas a influências

que não podemos prever ou controlar.

A lógica do sistema fechado busca a certeza, incorporando

apenas as variáveis diretamente associadas

ao empreendimento e sujeitando-as a uma

rede de controle monolítica. A lógica do sistema

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