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682 Introdução à Teoria Geral da Administração· IDALBERTO CHIAVENATO

flexão e no exame do passado. Assim, a realidade

emerge da interpretação e da atualização constantes

de nossa experiência passada. Aprender não é possível

sem agir. E em suma, o mundo é decretado pela

cognição da pessoa.

As premissas fundamentais da escola de aprendizado

são: 66

1. A formação da estratégia é um processo de

aprendizado da organização ao longo do tempo.

A natureza complexa e imprevisível do

ambiente e o conhecimento necessário à estratégia

impedem um controle prévio.

2. Embora o líder deva aprender por ser o principal

aprendiz, em geral é o sistema coletivo

que aprende.

3. O aprendizado ocorre de forma emergente

por meio do comportamento que estimula o

pensamento retrospectivo para que se compreenda

a ação.

4. O papel da liderança é o de gerenciar o processo

de aprendizado estratégico pelo qual as

estratégias podem emergir e não de preconceber

estratégias deliberadas.

5. Assim, as estratégias aparecem primeiro como

padrões do passado, depois como planos para

o futuro e, finalmente, como perspectivas para

guiar o comportamento geral.

~ DICA

Estratégia C01110um· processo de aprendizado

Para F'rahalad e Hamel,67 como a estratégia é um

processo de aprendizado coletivo, ela depende de

aprendizado e esse depende das capacidades, isto

é, das competências distintivas. Mais recentemente,

Hamel tem defendido a tese da estratégia como

revolução: 68 as empresas não podem mais jogar

simplesmente pelas regras do jogo; em vez disso,

precisam mudar a base de competição em suas indústrias,

subvertendo a ordem industrial e violando

as regras vigentes. 69

A corrida para a inovação está na base disso. 7o

Contudo, existem autores que afirmam que a organização

que aprende está restrita, pois tende a enfatizar

aquilo que é constante e persistente, em vez

do que é inovador e revolucionário. São autores interessados

em teorias de sistemas caóticos ou desordenados

como abordagem alternativa. A teoria

do caos sugere que quase tudo pode acontecer,

que a irregularidade é uma propriedade fundamentai

da organização, na qual pequenas perturbações

eventuais podem provocar grandes efeitos. Portanto,

o administrador não pode confiar em estruturas,

sistemas, regras e procedimentos, mas precisa, em

vez disso, estar preparado para a adaptação contínua

de novas maneiras.

Na verdade, a escola de aprendizado representa

uma força de contrapeso à tradicional cautela racional

que por tanto tempo dominou a literatura e a

prática da administração estratégica. 71

3. Escola de configuração

A abordagem de configuração pode ser encontrada

em todas as ciências sociais: ela parte do pressuposto

de que cada organização tem a sua época e o seu

lugar para explicar a dinâmica do comportamento.

A escola de configuração salienta que as organizações

passam continuamente por estados de estabilidade

seguidos por estados de ruptura, ou seja, configuração

e transformação, a saber:

1. Configuração. É o estado de ser que caracteriza

a organização e o contexto que a cerca.

Cada organização adquire uma configuração

estável na qual diferentes dimensões se agrupam

sob determinadas condições para definir

modelos ou tipos ideais.

2. Transformação. É o processo de geração de

estratégia para saltar de um estado para outro.

É a ruptura. Quando submetida a pressões internas

ou externas, a organização rompe seus

padrões atuais e parte para a mudança para alcançar

um patamar diferente para atuar.

As premissas fundamentais da escola de configuração

são: 72

1. A organização possui um tipo de configuração

estável de suas características por um certo pe-

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