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Aprendizagem musical no canto coral - CEART

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torna, <strong>no</strong> século XIX, instituição definitivamente obrigatória e universal [...], que a<br />

cristalização social das idades da vida se especifica como elemento da consciência moderna”.<br />

Desde então, como completa Salles (1998, p. 46), “a adolescência é entendida socialmente<br />

como estágio intermediário entre a infância e a idade adulta”.<br />

Esta visão da juventude como modelo cultural, traz contribuições importantes à<br />

discussão sobre o adolescente, não só <strong>no</strong> espaço do <strong>canto</strong> <strong>coral</strong>, como em outras esferas.<br />

Embora este período seja marcado por mudanças físicas que também evidenciam o início da<br />

idade adulta, as relações escola e trabalho são elementos indispensáveis ao seu entendimento.<br />

Estes fatores, de ordem social, ainda que manifestos de forma diferente entre os níveis<br />

econômicos e culturais, devem ser considerados para o entendimento do comportamento da<br />

juventude quanto aos aprendizados, sejam eles para a prática profissional, ou para a<br />

construção de um conhecimento cultural.<br />

Na perspectiva fisiológica, algumas mudanças da puberdade estão diretamente<br />

relacionadas à forma como os jovens se relacionam com a música. De acordo com Salles<br />

(1998, p. 53), “ao provocar um crescimento físico rápido, a puberdade leva à necessidade de<br />

reformular a imagem física que junto com a maturidade genital e a consciência sexual,<br />

ameaça a identidade do ego”. Destas mudanças físicas, a que mais se expressa <strong>no</strong> contexto<br />

<strong>musical</strong> é a muda vocal que acontece mais perceptivelmente <strong>no</strong>s meni<strong>no</strong>s. Estas<br />

transformações, em que ora se fala grave ora escapam sons agudos, geram instabilidade e<br />

insegurança, fazendo com que muitos dos jovens nesta fase parem de cantar ou se considerem<br />

desafinados. Este fator fisiológico contribui, também, para diminuição da auto-estima e<br />

oscilações emocionais.<br />

A música desempenha um papel importante na vida do jovem. Esta afirmação vem<br />

ao encontro do que pesquisas <strong>no</strong> Brasil e <strong>no</strong> exterior tem colhido como resultado (NORTH;<br />

HARGREAVES, 1999; ARROYO, 2009). A relação da juventude com a música tem sido, na<br />

última década, alvo crescente de pesquisas (PELAEZ, 2005; PALHEIROS, 2006;<br />

ZILLMANN; GAN, 1997; SILVA, 2008).<br />

Uma das justificativas para a pesquisa da afinidade música e juventude, é a<br />

importância que estes jovens atribuem a esta arte. De acordo com as pesquisas de Palheiros<br />

(2006), Zillman e Gan (1997) e Silva (2008), esta população gasta um tempo expressivo do<br />

dia ouvindo música. Pelaez (2005) descreve a complexidade desta relação, ressaltando os<br />

papéis antagônicos da música:<br />

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