Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
Aprendizagem musical no canto coral - CEART
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Marcelinho – É que ela já chegou cantando, entendeu!<br />
Alice – Ela tem uma voz forte.<br />
Lívia – Não por status. Ah, é tudo sempre ela... essas coisas. Mas por a voz dela<br />
sobressair.<br />
Pesquisadora – Quem é contralto aqui? A Cristina! Concorda, Cristina? Como é que<br />
é? É assim mesmo?<br />
Cristina – [acena afirmativamente com a cabeça]. Eu também escuto bastante a voz<br />
da Kate. A Kate também canta bem. Acho que de contraltos a Kate e a Charlote são<br />
as que...dão uma base ali.<br />
Pesquisadora – Patrícia, e <strong>no</strong> sopra<strong>no</strong>, como é que é?<br />
Patrícia – Eu acho que é a Rebeca. Não puxando o saco! (risos). Não sei...<br />
é...querendo ou não são as meninas do Tom Jovem, vamos dizer assim.<br />
Pesquisadora – Mas o que é elas tem?<br />
Patrícia – Não. É...elas tem mais facilidade mesmo...convivem a mais tempo com<br />
música. Sabem mais, tem mais facilidade. Eu acho que...a voz sobressai também.<br />
Acho que isso é bem importante.<br />
Marcelinho – Acho que <strong>no</strong> sopra<strong>no</strong> tem bastante gente que se destaca. E que cantam<br />
bem [acentuando]. Fora essas tem as que cantam bem [outra acentuação, indicando<br />
um nível mais baixo do que o primeiro grupo], tem essas que, tipo, puxam.<br />
Cauê – É verdade!<br />
Heitor – Mas sabe, uma coisa interessante! A Patrícia falou os negócio do Tom<br />
Jovem, né! É que, tipo assim...Por exemplo: o Marcelinho canta <strong>no</strong> quarteto, né, e<br />
tal. Aí também ele aparece mais. Tipo, ele é o baixo do IAESC, né. Então o<br />
Marcelinho aparece mais, né!<br />
Heitor – O Joaquim também. Então, talvez por essa questão, também...de aparecer<br />
com a voz. A voz dele é uma voz conhecida. Aí fica um pouco referência, assim!<br />
Uma voz conhecida! (Entrevista, Grupo III, 10 de maio de 2010).<br />
Ao mencionar Charlote, o grupo enumera algumas razões pelas quais ela parece ser a<br />
pessoa que mais se destaca <strong>no</strong> <strong>coral</strong>. Primeiramente, porque a aluna “chegou cantando”. Esta<br />
afirmação sugere uma experiência <strong>musical</strong> anterior. De fato, ao conversar com a aluna,<br />
descobrimos que ela não aprendeu a cantar <strong>no</strong> colégio, antes, veio para o Instituto e continuou<br />
desempenhando o que estava acostumada.<br />
Juntamente ao <strong>no</strong>me de Charlote, foi acrescentado o <strong>no</strong>me de Kate. A atitude e a<br />
familiaridade que ambas demonstram com o <strong>canto</strong> justificam a menção dos entrevistados. Nos<br />
ensaios observados, <strong>no</strong>s chamou a atenção a atitude destas alunas em relação às colegas de<br />
naipe e o seu comportamento <strong>no</strong> ensaio. Nos momentos em que o regente cantava a linha<br />
melódica do contralto, ou quando pedia que todos cantassem, juntando as vozes, Kate e<br />
65