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Aprendizagem musical no canto coral - CEART

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Contudo, o depoimento de Heitor, alu<strong>no</strong> que está <strong>no</strong> colégio há três a<strong>no</strong>s, pode ser<br />

útil para esclarecer porque os alu<strong>no</strong>s consideram significativo o aprendizado de um repertório<br />

diferente.<br />

Heitor - Uma coisa bem legal que o <strong>coral</strong> me deu foi eu conseguir padronizar o meu<br />

estilo de música. Não, tipo...um só. Mas vários em um. Antes eu só escutava...sei<br />

lá...Leonardo Gonçalves e tal. E o <strong>coral</strong> me ajudou a, sei lá...abrir meus, meus...<br />

Pesquisadora – A escutar outros tipos de música?<br />

Heitor – Isso. Daí eu fiquei mais eclético. Eu fiquei mais eclético quando eu entrei<br />

<strong>no</strong> <strong>coral</strong>. E isso eu vou levar. Isso com certeza eu vou levar. Isso me ajudou muito<br />

também. (Entrevista, Grupo III, 11 de maio de 2010).<br />

Embora o <strong>coral</strong> utilize um repertório <strong>musical</strong> mais específico e voltado ao estilo<br />

religioso, segundo Heitor, seu gosto tor<strong>no</strong>u-se mais eclético. Antes, seus momentos de escuta<br />

<strong>musical</strong> resumiam-se a um <strong>canto</strong>r, agora, através do <strong>coral</strong> conheceu outros <strong>canto</strong>res, outros<br />

grupos musicais e passou a ouvi-los. Uma mudança significativa para o alu<strong>no</strong>. Desta forma, o<br />

<strong>coral</strong> torna-se também um espaço cultural de aprendizagem. Mesmo que o repertório se<br />

restrinja a alguns parâmetros culturais, a mudança <strong>no</strong>s padrões de escuta dos jovens que dele<br />

participam sofrem alterações significativas, que também podem contribuir para o<br />

desenvolvimento <strong>musical</strong> destes.<br />

Esta mudança de padrões musicais tendo em vista a influência do meio social é<br />

mencionada por North e Hargreaves (1999) bem como por Palheiros (2006) como<br />

características da juventude. De acordo com estes autores, a música serve como um meio de<br />

se identificar e socializar com outros jovens, por isso, as escolhas musicais são dirigidas não<br />

somente pelo gosto pessoal, mas também pelos padrões de escuta do grupo.<br />

Retornando ao Gráfico 4, o outro item de maior votação está relacionado com outros<br />

tipos de aprendizagem, que podem acontecer juntamente com a aprendizagem <strong>musical</strong>.<br />

Conviver com os colegas é muito importante quando se vive em comunidade. Neste caso, sua<br />

importância é ainda maior uma vez que esta convivência não se restringe ao <strong>coral</strong>, mas<br />

abrange todos os momentos do dia.<br />

Contudo, é interessante <strong>no</strong>tar que este aprendizado acontece de maneira paralela às<br />

atividades centrais do <strong>coral</strong>. Durante as observações, não percebemos uma intenção clara por<br />

parte do regente em ensinar os alu<strong>no</strong>s a conviverem entre si. Embora aprender a conviver não<br />

seja o foco do trabalho <strong>no</strong> <strong>coral</strong>, os alu<strong>no</strong>s percebem a necessidade de se desenvolverem neste<br />

aspecto para que o grupo alcance os objetivos musicais da atividade.<br />

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